Como dono do Chivas ajudou a alavancar carreira de ganhador do Oscar
Rafael Reis
15/12/2018 04h00
O que há em comum entre o Chivas Guadalajara, clube mexicano que representa a Concacaf no Mundial de Clubes da Fifa, e o cineasta Alfonso Cuarón, vencedor do Oscar de melhor diretor em 2014?
A resposta atende por um nome: o do empresário Jorge Carlos Vergara, um bilionário dono do Grupo Omnilife, empresa que atua nos ramos de suplementação alimentar e produtos de beleza.
O magnata mexicano é proprietário do clube 12 vezes campeão mexicano e também um dos apoiadores cinematográficos responsáveis por ter alavancado mundialmente a obra e o nome de Cuarón.
A parceria foi selada no fim dos anos 1990. Vergara procurou o diretor, que ainda estava no começo da carreira, para realizar alguns filmes publicitários para o seu conglomerado de empresas.
Cuarón não estava interessado na proposta, mas convenceu o empresário a ingressar no mundo do cinema como produtor. Assim nasceu "E Sua Mãe Também", megassucesso lançado em 2001, indicado ao Oscar de melhor roteiro original e que tornou conhecido internacionalmente o ator Gael García Bernal.
O bom desempenho ajudou o diretor mexicano a se tornar um dos nomes mais importantes de Hollywood neste século. Logo depois do longa, ele dirigiu um dos filmes da franquia Harry Potter: O Prisioneiro de Azkaban, lançado de 2004.
Uma década mais tarde, colocou seu nome na galeria dos vencedores do Oscar ao dirigir Gravidade. A obra protagonizada por George Clooney e Sandra Bullock também concorreu ao prêmio de melhor filme.
Atualmente, está em cartaz com Roma, filme que é tratado pelos críticos como a primeira chance de a Netflix ganhar um troféu da Academia na categoria principal.
Vergara, o dono do Chivas, também abraçou o cinema. Ainda na década passada, o dirigente produziu filmes de nomes como Guillermo del Toro (A Espinha do Diabo) e Niels Mueller (O Assassinato de Richard Nixon).
Atualmente, aos 63 anos, deixou um pouco de lado as telas para se dedicar à saúde, aos negócios mais "tradicionais" e também ao futebol.
O Chivas estreia no Mundial neste sábado, contra o Kashima Antlers, atual campeão asiático. O vencedor do confronto irá enfrentar o Real Madrid nas semifinais.
Esta é a primeira participação da equipe de Guadalajara na competição. Na outra vez em que se sagrou campeã continental, em 1962, o torneio da Fifa ainda não existia –sua primeira edição foi disputada apenas em 2000.
Até hoje, nenhum time mexicano conseguiu alcançar a decisão do Mundial. Suas melhores participações foram o terceiro lugar alcançado por Necaxa (2000), Monterrey (2012) e Pachuca (2017).
O Real é o atual bicampeão e divide com o Barcelona o posto de maior vencedor da história da "era Fifa", com três títulos. No ano passado, levantou a taça graças a uma vitória por 1 a 0 sobre o Grêmio.
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Sobre o Autor
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.
Sobre o Blog
Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.