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Não são só os Emirados: Dinheiro da China também sustenta o City

Rafael Reis

05/12/2018 04h20

Só na última década, o Manchester City conquistou nove dos 21 títulos de sua história. Também chegou pela primeira vez à semifinal da Liga dos Campeões, firmou-se como uma das maiores potências do futebol europeu e como o clube a ser batido na Inglaterra.

Não é exagero nenhum dizer que a história do líder da Premier League pode ser dividido em antes e depois da aquisição do clube pelo xeque Mansour bin Zayed Al Nahyan, membro da família real de Abu Dhabi, em 2008.

Crédito: Divulgação

Mas o que pouca gente sabe é que nem todo o dinheiro que financia craques como Kevin de Bruyne, Sergio Agüero e Leroy Sané vem dos petrodólares do governo dos Emirados Árabes Unidos.

Os árabes são os acionistas majoritários do City e controlam 86,2% do capital do clube. Mas os outros 13,8% das ações estão nas mãos de um outro grupo de elevada importância no futebol internacional atual: os chineses.

O CITIC Group é um fundo de investimento estatal do governo da China presente em inúmeros países, como Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e, claro, Inglaterra. Para virar sócio do time de Manchester, em dezembro de 2015, ele gastou US$ 400 milhões (R$ 1,5 bilhão, na cotação atual).

O dinheiro foi investido na expansão internacional do clube. Atualmente, a equipe de Pep Guardiola conta com clubes-satélites nos EUA (New York City), na Austrália (Melbourne City), no Japão (Yokohama Marinos), no Uruguai (Torque) e na Espanha (Girona).

Os chineses não estão apenas no City. Inter de Milão, Atlético de Madri, Nice, Wolverhampton e West Bromwich são alguns dos outros times importantes do Velho Continente que contam com capital oriental.

No atual campeão inglês, os chineses têm pouca voz ativa. Por serem acionistas minoritários, eles só indicaram um dos nove nomes que compõem o alto escalão diretivo do clube: Li Ruigang, presidente do fundo.

A administração do City fica mesmo a cargo do árabe Khaldoon Al Mubarak, homem de confiança do xeque Mansour, e do executivo espanhol Ferran Soriano, ex-Barcelona e contratado a peso de ouro em 2012.

Desde que foi comprado pelos árabes, o clube de Manchester faturou três edições da Premier League (2012, 2014 e 2018), uma Copa da Inglaterra (2011), três Copas da Liga (2014, 2016 e 2018) e duas Supercopas inglesas (2012 e 2018).

No período, o City gastou mais de 1,5 bilhão de euros (R$ 6,5 bilhões) em contratações de jogadores. Só nas últimas três temporadas, fase em que passou a contar também com investimento do extremo Oriente, quase 740 milhões de euros (R$ 3,2 bilhões) foram torrados em reforços.

Ou seja, o técnico Pep Guardiola tem a muito a agradecer aos árabes. E, também, aos chineses.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis