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Efeito Simeone: 25% dos técnicos do Campeonato Espanhol são argentinos

Rafael Reis

30/08/2018 04h00

Diego Simeone nasceu em Buenos Aires, capital da Argentina. Sua carreira como jogador começou no Vélez Sarsfield, da Argentina. Como volante, disputou três Copas do Mundo (1994, 1998 e 2002) pela Argentina. E estreou como técnico em 2006, pelo Racing, da Argentina.

Mas, desde 2011, está longe de sua terra natal. Há sete anos, é treinador e ídolo do Atlético de Madri.

Simeone é o nome mais longevo e também o protagonista de uma onda migratória que tomou conta do futebol espanhol. Na atual temporada, cinco dos 20 times da primeira divisão do país de Barcelona e Real Madrid são oriundos da Argentina.

Isso significa que, a cada quatro clubes que disputam o Campeonato Espanhol, um é treinado por um compatriota de Lionel Messi.

Com exceção dos cinco técnicos argentinos que iniciam esta temporada, todos os outros times inscritos na competição são comandados por espanhóis.

Assim como Simeone, que reergueu o Atlético, já conquistou sete títulos pelo clube e o levou a duas finais de Liga dos Campeões da Europa, outros dois integrantes da esquadra argentina na Espanha são veteranos no Velho Continente.

O ex-zagueiro Mauricio Pellegrino já começou sua carreira na Espanha, em 2012, à frente do Valencia. Ele também trabalhou na Inglaterra (Southampton) antes de assumir o comando do Leganés neste ano.

Já Eduardo Berizzo, que dirige o Athletic Bilbao, foi assistente de Marcelo Bielsa na seleção chilena e está em seu terceiro trabalho consecutivo no futebol espanhol. Ele fez sucesso no comando do Celta e também treinou o Sevilla.

Os outros dois são novatos por lá. Antonio Mohamed, conhecido como Turco, já é técnico há 15 anos, mas fez a maior parte da carreira no México. A experiência no Celta é a primeira do outro lado do Oceano Atlântico.

Leo Franco, por outro lado, é uma novidade completa. O ex-goleiro está em seu primeiro trabalho como treinador, mas já tem chamado a atenção com Huesca, time que disputa a elite pela primeira vez na história e que somou uma vitória e um empate nas duas primeiras rodadas.

A presença de técnicos argentinos na Europa não chega a ser uma novidade e nem uma exclusividade da Espanha. Helenio Herrera ganhou a Champions com a Inter de Milão ainda na década de 1960. Já na atualidade, Mauricio Pochettino tem brilhado com o Tottenham no Campeonato Inglês.

Mas o sucesso de Simeone e seus "discípulos" na Espanha mostra como a escola argentina de treinadores caiu no gosto dos clubes espanhóis nos últimos tempos.

O idioma, é claro, ajuda. Mas o que une os treinadores do país bicampeão mundial (1978 e 1986) é um gosto pela disciplina tática sem abrir mão da tradicional garra sul-americana e do apreço pelo talento individual.

É isso que os clubes espanhóis têm buscado na Argentina. E, pelos resultados recentes, têm conseguido encontrar.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis