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Balcão de Negócios: 190 jogadores mudaram de clube após Copa-2018

Rafael Reis

24/08/2018 04h20

A Copa do Mundo é a maior competição de planeta do futebol. Mas também é um imenso balcão de negócios para os jogadores das 32 seleções participantes.

Cerca de 40 dias após a vitória por 4 a 2 da França sobre a Croácia, na decisão da Rússia-2018, nada menos que 25,8% dos atletas que participaram do torneio já mudaram de clube.

No total, são 190 jogadores com endereço novo na temporada 2018/19. Na prática, isso significa que um a cada quatro atletas que participaram do Mundial foi vendido ou emprestado nesta janela de transferências.

Os participantes da Copa-2018 movimentaram mais de 1,1 bilhão de euros (quase R$ 5,2 bilhões) em trocas de time, mais de 20% do total de 5,3 bilhões de euros (R$ 25 bilhões) que já mudaram de mão por meio de transações neste meio de ano.

Curiosamente, a seleção que mais movimentou o Mercado da Bola passou longe de fazer uma campanha de destaque na Rússia e foi embora ainda na primeira fase, com apenas uma vitória em três jogos disputados.

Quase metade dos jogadores que o Peru levou para o Mundial trocou de clube nesta janela. Foram 11 transferências, duas delas envolvendo times brasileiros: o Internacional tirou o centroavante Paolo Guerrero do Flamengo e o São Paulo vendeu o meia Christian Cueva para o russo Krasnodar.

Por outro lado, Inglaterra e Alemanha foram as seleções que menos tiveram atletas negociados no período.

Os ingleses, semifinalistas do Mundial, viram apenas o meia Ruben Loftus-Cheek voltar para o Chelsea depois do empréstimo ao Crystal Palace. Já os germânicos, que decepcionaram e caíram na fase de grupos, tiveram somente a ida do meia Leon Goretzka (ex-Schalke 04) para o Bayern de Munique.

Na seleção brasileira, três dos 23 convocados por Tite descolaram uma boquinha nova nesta temporada. O goleiro Alisson trocou a Roma pelo Liverpool, o meia Paulinho deixou o Barcelona para retornar ao Guangzhou Evergrande, da China, e o também meio-campista Fred saiu da Ucrânia (Shakhtar Donetsk) para atuar na Premier League inglesa (Manchester United).

Evidentemente, nem todos os negócios envolvendo jogadores que foram à Copa aconteceram devido ao futebol mostrado durante a competição. A Juventus, por exemplo, contratou o português Cristiano Ronaldo pelo conjunto da obra, não pelo que ele fez no Mundial.

Mas, em outros casos, o torneio foi sim uma vitrine decisiva para viabilizar a transferência. Se não fosse a Copa, o Monaco dificilmente teria investido na contratação do meia Aleksandr Golovin, destaque da seleção russa, e o Barcelona provavelmente não teria descoberto o lateral direito senegalês Moussa Wagué.

A Copa do Mundo é a maior competição de planeta do futebol. Mas também é um imenso balcão de negócios para os jogadores das 32 seleções participantes. Isso não dá para discutir.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis