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Em busca do tetra, Europa tem melhor início de Copa em 20 anos

Rafael Reis

21/06/2018 04h20

Continente vencedor das três últimas edições da Copa do Mundo, a Europa tem dado mostras de que não pretende que essa hegemonia chegue ao fim na Rússia-2018.

Desde que a competição mais importante de futebol do planeta passou a ser disputada por 32 seleções, há 20 anos, na França, o futebol europeu nunca teve uma largada tão boa quanto neste ano.

Nas primeiras 20 partidas do Mundial da Rússia, os europeus conquistaram nada menos do que 72,5% dos pontos que disputaram. Foram 11 vitórias, quatro empates e somente duas derrotas.

O desempenho é muito superior ao de 2014, quando o Velho Continente teve aproveitamento de 52,1% com a mesma quantidade de jogos.

Antes da atual edição, o melhor retrospecto europeu em Copas com 32 seleções havia sido alcançado em 2006, justamente na última vez que o torneio foi jogado no continente. Na ocasião, a anfitriã Alemanha e seus vizinhos somaram 63,1% dos pontos disputados nas primeiras 20 partidas.

Na Rússia-2018, a maior parte das seleções europeias de primeiro escalão vem comprovando seu favoritismo. Portugal, Espanha, França, Croácia, Bélgica e Inglaterra venceram seus jogos contra oponentes mais fracos.

Além disso, houve surpresas positivas para o continente: os empates conquistados por Islândia e Suíça contra Argentina e Brasil, respectivamente, e o bom desempenho da Rússia, que obteve vitórias convincentes ante Arábia Saudita e Egito.

A única decepção grande foi a da Alemanha, derrotada por 1 a 0 pelo México na estreia. Além dos atuais campeões mundiais, somente a Polônia perdeu até o momento –levou 2 a 0 do Senegal.

Se a primeira fase terminasse agora, pelo menos nove das 14 seleções da Uefa estariam classificadas para as oitavas de final.

Desde a última ampliação no número de seleções participantes, a Europa venceu quatro das cinco Copas do Mundo disputadas. Em 1998, deu França. Em 2006, Itália. Em 2010, foi a vez da Espanha. E, quatro anos atrás, a Alemanha faturou seu tetra. O único intruso no período foi o Brasil, campeão em 2002.

Além da hegemonia recente, os europeus defendem na Rússia uma outra escrita. Dos dez Mundiais jogados no continente, só um teve como vencedor um forasteiro, outra vez o Brasil, de Pelé e Garrincha, na Suécia-1958.

O sucesso europeu nas três últimas Copas mudou a balança da divisão dos títulos mundiais. As seleções do Velho Continente somam 11 conquistas, contra nove das sul-americanas.

Se depender do início do Mundial da Rússia, essa diferença não deve diminuir no próximo mês.

APROVEITAMENTO POR CONTINENTE (APÓS 20 JOGOS)
Europa – 72,5%
América do Sul – 44,4%
América Central e do Norte – 33,3%
Ásia – 28,6%
África – 14,3%


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis