Lenda, técnico do Boca é velha "pedra no sapato" do Palmeiras
Rafael Reis
11/04/2018 04h00
Guillermo Barros Schelotto, 44, é uma lenda viva no Boca Juniors. Como jogador, passou dez anos atuando em La Bombonera, disputou mais de 300 partidas e conquistou nada menos que quatro Libertadores com a tradicional camisa azul e amarela.
Treinador do Boca desde 2016, ele também está na história do Palmeiras, seu adversário nesta quarta-feira, às 21h45 (de Brasília), pela terceira rodada da fase de grupos do principal torneio interclubes da América do Sul. Mas não do jeito que o torcedor alviverde queria.
Schelotto é mais que um velho conhecido palmeirense. O argentino é, na verdade, um grande algoz do clube.
O ex-atacante fazia parte do elenco do Boca que tirou o Palmeiras da disputa do título da Libertadores em dois anos consecutivos: 2000 e 2001. E, em ambas as ocasiões, teve papel decisivo na eliminação brasileira.
Em 2000, quando os adversários desta quarta se encontraram na decisão, Schelotto nem era titular absoluto da equipe comandada por Carlos Bianchi. Mesmo assim, coube a ele a responsabilidade de abrir a disputa de pênaltis após empate sem gols na segunda partida da final.
O então camisa 7 não tremeu diante de Marcos, consagrado herói da edição anterior da Libertadores justamente por sua capacidade de defender pênaltis. O argentino converteu sua cobrança e começou a construir o caminho da vitória por 4 a 2 do Boca.
No ano seguinte, Palmeiras e Boca se encontraram novamente, mas dessa vez nas semifinais. E Schelotto mais uma vez essencial para a vitória xeneize.
O hoje treinador fez, de pênalti, o primeiro gol argentino no empate por 2 a 2 em La Bombonera. Na partida de volta, o placar se repetiu. E, nos pênaltis, o Boca levou a melhor de novo (3 a 2).
Revelado no Gimnasia La Plata no início da década de 1990, o algoz palmeirense jogou pelo Boca Juniors de 1997 a 2007, parte desse tempo ao lado do seu irmão gêmeo, o ex-meia Gustavo Barros Schelotto.
Tetracampeão da Libertadores (2000, 2001, 2003 e 2007), o atacante ainda jogou nos Estados Unidos (Columbus Crews) e se aposentou em 2011.
No ano seguinte, estreou como treinador. Entre 2012 e 2015, dirigiu o Lanús, clube pelo qual conquistou a Copa Sul-Americana de 2013. Dois anos atrás, foi contratado pelo Boca e realizou o sonho de dirigir o time que marcou sua carreira.
Já na segunda temporada no segundo cargo, sagrou-se campeão argentino. Neste ano, também lidera a competição e tem confortáveis sete pontos de vantagem para o segundo colocado, o Godoy Cruz.
O elenco atual do Boca conta com dois atletas que foram companheiros de Schelotto nos tempos de jogador: o volante Fernando Gago, que está machucado, e o atacante Carlos Tevez, recuperado de lesão, que pode ser a novidade da equipe contra o Palmeiras.
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Sobre o Autor
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.
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