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Coutinho já foi visto como decepção na Europa e esperou 9 meses por 1º gol

Rafael Reis

05/01/2018 04h00

Protagonista da principal novela do início da janela de transferências de janeiro no futebol europeu, o meia Philippe Coutinho não foi sempre essa unanimidade que tanto desperta o desejo do Barcelona.

O camisa 10 do Liverpool, que pode trocar a Inglaterra pela Espanha em uma transferência de 160 milhões de euros (R$ 608 milhões), já foi classificado como decepção no futebol italiano e demorou para se firmar na Europa.

Contratado pela Inter de Milão quando tinha apenas 16 anos, o hoje titular da seleção brasileira permaneceu no Vasco, seu clube formador, até alcançar a maioridade e poder ser inscrito por seu novo clube.

Em 2010, com 18 anos recém-completados, Coutinho desembarcou no "Calcio" cercado de expectativas. A Inter, então campeã europeia, imaginava ter em mãos uma espécie de "segundo Neymar" –o original já se destacava com a camisa do Santos e havia sido cotado para participar da Copa do Mundo.

Só que o meia jamais conseguiu desabrochar em Milão. E, no lugar de futuro craque do time nerazzurro, virou uma grande decepção.

A primeira temporada de Coutinho na Itália foi prejudicada por uma lesão de joelho que o deixou fora de ação por dois meses. Mesmo assim, ele ainda disputou 20 partidas. Só que sua produtividade deixou a desejar: ele só marcou um gol (depois de nove meses no clube) e deu duas assistências.

O desempenho do hoje astro do futebol mundial não foi diferente do de Gabigol em sua temporada de estreia na Europa. O atacante fez 10 jogos pela Inter em 2016/17 e também balançou as redes apenas uma vez.

Coutinho até melhorou depois que passou o primeiro semestre de 2012 emprestado ao Espanyol (5 gols e 1 assistências em 16 jogos), mas não o suficiente para conquistar seu espaço no elenco da Inter.

Sorte do Liverpool, que em janeiro de 2013 aceitou pagar 13 milhões de euros (R$ 50,8 milhões, na conversão atual) para ter o garoto que não conseguia colocar em prática todo o seu potencial.

Mas isso era só uma questão de tempo. Na Inglaterra, o camisa 10 enfim virou o jogador que a Inter imaginava que ele seria quando o contratou ainda adolescente.

Nos últimos cinco anos, Coutinho disputou 201 partidas pelo Liverpool, fez 54 gols e deu 46 passes para seus companheiros irem às redes.  Além disso, foi escolhido duas vezes o jogador do ano do clube inglês para torcedores e pelo elenco. Também virou titular da seleção brasileira e um dos armadores mais cobiçados do futebol mundial.

É por isso que o Barcelona faz tanta questão de tê-lo em seu elenco desde que vendeu Neymar para o Paris Saint-Germain. O negócio não saiu na janela de transferências do inverno europeu, mas voltou com tudo na reabertura do mercado, nesta semana.

Coutinho já nem participou da última partida do Liverpool e até apareceu em um anúncio da Nike para promover o uniforme do Barça. Mas a negociação não está fechada. A proposta atual é de 160 milhões de euros…. isso mesmo, 160 milhões de euros por um astro que já foi tratado como decepção no futebol europeu.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis