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O que falta para Fabinho ganhar uma chance na seleção?

Rafael Reis

26/09/2017 04h00

Desde que assumiu o comando da seleção, em junho do ano passado, Tite já convocou 20 jogadores diferentes para o meio-campo. Atletas que atuavam na China, na Rússia, na Ucrânia e em vários times brasileiros já ganharam uma oportunidade.

Mas a lista de meias lembrados pelo treinador tem um desfalque de peso.

Titular do Monaco semifinalista da Liga dos Campeões da Europa na temporada passada e atual vice-líder do Campeonato Francês, Fabinho espera há 13 meses por uma lembrança do ex-comandante do Corinthians.

"Fico um pouco surpreso com ele ainda não ter sido chamado para a seleção brasileira", disse o técnico do Monaco, Leonardo Jardim, em março.

Cinco meses e nenhuma convocação depois, o português endureceu o tom da cobrança. "Não entendo por que o Fabinho não é chamado para jogar pelo Brasil. Ele foi semifinalista da Champions, ganhou a Liga Francesa e sempre mostrou muita iniciativa", afirmou, em agosto.

A incompreensão não é uma exclusividade de Jardim. Basta conversar com qualquer jornalista francês ou torcedor que acompanhe de perto a Ligue 1 para ouvir questionamentos semelhantes a esses.

Todo mundo quer saber por que Fabinho ainda foi convocado por Tite. E ninguém, com exceção do próprio treinador da seleção brasileira, consegue responder precisamente essa pergunta.

Ex-lateral direito formado nas categorias de base do Fluminense, o jogador de 23 anos mudou-se para Portugal aos 18 e jogou por uma temporada no Real Madrid Castilla antes de ser contratado pelo Monaco, em 2013.

O brasileiro permaneceu jogando em sua antiga posição até o primeiro semestre de 2016, quando foi efetivado como meio-campista. Atuando em um novo setor, virou peça-chave para o sucesso do Monaco na temporada passada.

O bom momento foi reconhecido na Europa. Fabinho teve um namoro com o Manchester United e chegou a receber uma proposta de 60 milhões de euros (R$ 224,7 milhões) para acompanhar seu antigo companheiro Kylian Mbappé rumo ao Paris Saint-Germain.

Curiosamente, o sucesso como meio-campista acabou fechando as portas da seleção para ele. Entre 2014 e 2016, quando ainda era lateral, ele recebeu sete convocações de Dunga para servir ao time brasileiro e disputou quatro partidas.

Mas, desde o fim da Copa América Centenário-2016, que marcou a despedida do antigo treinador da seleção e levou à contratação de Tite, Fabinho não integrou mais nenhuma lista da CBF.

Jogador com características para ser primeiro ou segundo homem de meio-campo, o camisa 2 do Monaco poderia ser reserva de Casemiro (Real Madrid) e Paulinho (Barcelona).

Segundo o "Who Scored?", site especializado nas estatísticas do futebol, Fabinho é o décimo maior ladrão de bolas da Europa nesta temporada. Ele desarma em média 4,1 vezes por partida, bem mais que os convocáveis Casemiro (3,4) e Fernandinho (1,7).

O meia do Monaco também já participou diretamente de dois gols (marcou um e deu passe para outro) nesta temporada, assim como Casemiro. Já Fernandinho só produziu uma jogada que terminou com bola na rede.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis