Por onde andam os jogadores do Dortmund que tirou Mundial do Cruzeiro?
Rafael Reis
20/07/2017 04h30
Poucos clubes levaram tão a sério um Mundial Interclubes quanto o Cruzeiro de 1997. Campeão da Libertadores, o clube mineiro não apenas fez questão de manter o elenco que conquistou o título sul-americano, como também foi atrás de reforços de peso para viagem ao Japão.
O zagueiro Gonçalves e os atacantes Bebeto e Donizete, todos com passagem pela seleção brasileira, foram contratados exclusivamente para a disputa do Mundial. E o meia peruano Roberto Palacios também desembarcou em Minas Gerais com o objeto de conquistar o troféu mais importante da história do clube.
Mas o investimento cruzeirense não deu o resultado esperado. Assim como em 1976, quando caiu ante o Bayern de Munique, o Cruzeiro foi derrotado por um alemão no Mundial. O algoz da vez foi o Borussia Dortmund, que o bateu por 2 a 0.
Vinte anos depois da decisão em Tóquio, é hora de conhecer os paradeiros dos jogadores que fizeram do Dortmund o campeão mundial de 1997 e que impediram que a metade azul de Belo Horizonte celebrasse um título inédito.
Stefan Klos (45 anos) – Jogou mais de 350 partidas pelo Borussia Dortmund entre 1990 e 1998. No ano seguinte se transferiu para o Rangers, onde ficou até o fim da sua carreira, em 2007. Já aposentado, passou a trabalhar nas categorias de base do Bayern de Munique. A última atividade profissional de Klos no futebol foi ter assistente técnico do time sub-16 do clube mais poderoso da Alemanha na temporada 2013/14.
Stefan Reuter (50 anos) – Campeão mundial com a seleção alemã na Copa de 1990, também defendeu Nürnberg, Bayern de Munique e Juventus. Após pendurar as chuteiras, em 2004, Reuter trabalhou nas comissões técnicas de Borussia Dortmund e 1860 Munique. Desde 2013, é diretor de futebol do Augbsurg, 13º colocado na última Bundesliga.
Wolfgang Feiersinger (52 anos) – Um dos quatro estrangeiros escalados como titulares do Dortmund na decisão, o ex-zagueiro foi um dos grandes nomes do futebol austríaco na década de 1990. Vinte anos depois, quem carrega o nome da família nos gramados é sua filha Laura, meio-campista da seleção feminina da Áustria.
Júlio César (54 anos) – Um dos grandes zagueiros do futebol europeu nos anos 1990, é tratado até hoje como ídolo da Juventus e do Borussia Dortmund. Tinha tudo para ser titular do Brasil na Copa de 1994, mas se revoltou com a CBF e abandonou a seleção após seus pertences terem sido roubados na concentração da US Cup, torneio amistoso disputado um ano antes do Mundial. Atualmente, trabalha como empresário de jogadores no interior paulista.
Jörg Heinrich (47 anos) – O ex-lateral esquerdo e líbero vestiu dez camisas diferentes ao longo de 19 anos de carreira e disputou a Copa do Mundo de 1998 pela seleção alemã. Em 2006, seu último ano como profissional, dividiu-se entre jogador do Chemie Premitz e diretor esportivo do Union Berlin. Heinrich tem uma carreira bem desenvolvida como treinador de times nanicos da Alemanha e acaba de ser contratado para trabalhar no Falkensee, que disputa a sexta divisão.
Steffen Freund (47 anos) – O volante da Alemanha campeã da Eurocopa de 1996 rodou bastante desde sua aposentadoria. Freund já foi comentarista de TV, treinador das seleções alemãs sub-16 e sub-17, auxiliar da Nigéria e trabalhou durante três anos como coordenador técnico do Tottenham, clube pelo qual disputou mais de 100 partidas oficiais durante a carreira.
Paulo Sousa (46 anos) – Integrante da geração de Luís Figo e Rui Costa, que recolocou Portugal no mapa do futebol mundial, o ex-volante é um treinador com carreira consolidada. Paulo Sousa já foi campeão como técnico na Hungria, em Israel e na Suíça. Entre 2015 e 2017, dirigiu a Fiorentina. Agora, está em busca de um novo clube para dar sequência à sua trajetória profissional.
Michael Zorc (54 anos) – Autor do gol que abriu o caminho da vitória sobre o Cruzeiro, o ex-meia dedicou a vida toda ao Borussia Dortmund. Foram 17 anos e quase 600 jogos oficiais vestindo a camisa aurinegra. E já são mais de 19 anos trabalhando como diretor esportivo do clube.
Andreas Möller (49 anos) – Capitão e cérebro do Dortmund, o campeão mundial de 1990 e europeu de 1996 pela Alemanha, foi capa de uma das primeiras edições do game Fifa Soccer (1998) e hoje trabalha como assistente técnico da seleção da Hungria, ao lado de Bernd Storck, com quem jogou no Dortmund no final da década de 1980.
Stéphane Chapuisat (48 anos) – Principal jogador suíço dos anos 1990, disputou a Copa do Mundo de 1994 e defendeu o Borussia Dortmund durante oito temporadas. Desde 2008, trabalha no setor de captação de jogadores do Young Boys, atual vice-campeão suíço.
Heiko Herrlich (45 anos) – Caçula entre os titulares do Dortmund no Mundial, o autor do segundo gol contra o Cruzeiro terá nesta temporada o maior desafio de sua carreira como treinador. Depois de dirigir Bochum, seleções de base da Alemanha e a equipe sub-17 do Bayern de Munique, Herrlich foi contratado para comandar o Bayer Leverkusen.
Harry Decheiver (47 anos) – O holandês que substituiu Chapuisat nos minutos finais do Mundial decidiu encerrar a carreira cedo, com apenas 29 anos. Entre 2014 e março deste ano, trabalhou no Go Ahead Eagles, clube que o revelou para o futebol. Decheiver foi treinador da base, técnico interino do time principal e auxiliar da equipe adulta.
Jovan Kirovski (41 anos) – O norte-americano, que começou a carreira no Manchester United, jogou apenas os últimos dez minutos da decisão. Kirovski aposentou-se em 2011, jogando pelo Los Angeles Galaxy, e logo foi anexado à diretoria do time californiano. Desde 2013, é ele o diretor técnico e o homem responsável pelas contratações da franquia de Los Angeles.
Nevio Scala (69 anos) – Treinador do Parma no auge da "era Parmalat", substituiu Ottmar Hitzfeld no comando do Dortmund logo após a conquista da Liga dos Campeões de 1997 e ficou no cargo por apenas uma temporada. Aposentado do banco de reservas desde 2004, quando deixou o Spartak Moscou, o italiano voltou à cena em 2015, quando foi empossado presidente do renascido Parma pós-falência.
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Sobre o Autor
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.
Sobre o Blog
Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.