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'Futuro goleiro da seleção', ex-Santos só jogou uma vez nos últimos 2 anos

Rafael Reis

01/03/2017 04h00

"Maior revelação da meta brasileira em muitos anos", "próximo goleiro titular da seleção", "futuro dono do gol de um grande clube europeu". Rafael Cabral se acostumou a ouvir frases como essas durante os três anos e meio em que vestiu a camisa 1 do Santos.

Mas nenhuma dessas frases mostra realmente o que aconteceu com sua carreira desde que trocou a Vila Belmiro pela Itália, em julho de 2013.

Campeão da Libertadores-2011 e companheiro de Neymar e Ganso no Santos que tanto sucesso fez no início desta década, Rafael não está na seleção, não é titular de nenhum grande clube do Velho Continente e nem se concretizou como a salvação do gol brasileiro.

Aos 26 anos e cumprindo a quarta das cinco temporadas do contrato firmado com o Napoli, o goleiro mal sabe o que é jogar.

Nos últimos 24 meses, ou seja, durante um período de dois anos, o brasileiro disputou apenas uma partida oficial: a vitória por 3 a 1 sobre o Spezia, pelas oitavas de final da Copa Itália, em janeiro deste ano.

E antes de atuar contra a equipe da segunda divisão italiana, ele estava sem ir a campo em um confronto de competição desde 26 de fevereiro de 2015.

O longo período de inatividade não está relacionado a nenhuma contusão ou grave problema físico com o qual Rafael tenha convivido recentemente –teve sua última lesão grave em 2014. Ele não jogou simplesmente porque é reserva.

Mas nem sempre foi assim. O ex-santista foi titular do Napoli durante boa parte das suas duas primeiras temporadas na Europa. Mas, no início de 2015, perdeu a posição e nunca mais conseguiu retomá-la.

A situação ficou ainda pior no início da temporada seguinte. As contratações de Pepe Reina, goleiro campeão mundial pela seleção espanhola, e do brasileiro Gabriel fizeram com que ele se tornasse a terceira opção para a meta napolitana.

Apesar da dificuldade para jogar na Itália, Rafael não retornou ao Brasil quando o São Paulo o procurou no fim de 2015 para substituir Rogério Ceni no ano seguinte.

Na atual temporada, o status do brasileiro dentro do Napoli subiu um pouco. A saída de Gabriel o devolveu o posto de primeiro reserva e permitiu que ele voltasse a jogar… pelo menos uma vez.

Mas, "maior revelação da meta brasileira em muitos anos", "próximo goleiro titular da seleção" e "futuro dono do gol de um grande clube europeu" não são mais frases que fazem parte da rotina de Rafael Cabral.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis