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Irreverente, ex-São Paulo se diz "maior que Pelé"... pelo menos no Bahrein

Rafael Reis

03/10/2016 06h00

"Ih, rapaz, não sei direito quantos gols eu fiz não. Mas, foram muitos. Acho que tenho mais gols que o Pelé."

Aos 35 anos, o atacante Rico não perde a irreverência dos tempos em que seus cabelos platinados e a facilidade com que balançava as redes o tornaram uma das sensações do futebol brasileiro.

Vice-artilheiro e semifinalista do Campeonato Paulista de 2003 pela modesta Portuguesa Santista, o ex-jogador de São Paulo e Grêmio adora a comparação com Pelé. Tanto que a repetiu três vezes em uma entrevista de 20 minutos.

Não que Rico realmente se considere o Rei do Futebol. Mas por que não um Xeque do Futebol, pelo menos do futebol do Bahrein?

Entre várias idas e vindas, Rico jogou por 11 anos no país árabe. Ele ganhou cinco títulos nacionais, uma Copa da AFC (torneio para campeões nacionais de ligas do segundo escalão asiático) e até o prêmio de maior artilheiro de uma competição internacional do mundo em 2008, dado pela IFFHS (Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol).

Em sua fase mais produtiva, entre 2005 e 2010, quando defendia o Al-Muharraq, chegou a ter média superior a um gol por jogo.

"Fiz história no futebol do Bahrein. Fiz muitos gols, ganhei muitos. Até hoje, nenhum estrangeiro fez o mesmo que eu por lá. Sempre que alguém chega no aeroporto e diz que é brasileiro, eles já perguntam se conhece o Rico", diverte-se.

O sucesso no Oriente Médio deu ao ex-atacante de São Paulo e Grêmio a possibilidade de defender uma seleção. Uma chance que ele recusou por excesso de ganância, e uma escolha da qual se arrepende até hoje.

"Recebi convite para jogar pelo Bahrein, sim, mas queria que eles dessem uma casa e dinheiro para eu me naturalizar, igual os Emirados fazem. Fiquei esperando eles me darem alguma coisa, mas eles não quiseram pagar", conta.

"Fiquei bastante arrependido depois. Se eu tivesse o passaporte asiático poderia jogar em qualquer lugar por lá. Seria mais fácil."

O arrependimento reflete o momento atual de Rico. Depois de defender o Buisateen no último Campeonato Barenita, o veterano está desempregado e à procura de um clube para dar sequência à carreira.

"Já falei para eu empresário que agora quero jogar e São Paulo. Sinto falta da época que pediam para tirar foto comigo no shopping por aqui. Quero aparecer um pouco no Brasil para que isso volte."


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis