Um a cada quatro gols na China é brasileiro
Rafael Reis
10/05/2016 06h00
A invasão de jogadores brasileiros à China não foi à toa. Um a cada 4,25 gols marcados no país mais populoso do mundo sai dos pés ou cabeças de um representante do futebol pentacampeão mundial.
Dos 153 gols marcados nas oito primeiras rodadas da primeira divisão chinesa, nada menos que 36 foram anotados por atletas que possuem cidadania brasileira.
Três dos cinco jogadores que dividem a artilharia da competição têm DNA brazuca.
O ex-cruzeirense Ricardo Goulart (Guangzhou Evergrande), o ex-botafoguense Elkeson (Shangai SIPG) e Marcelo Moreno (Changchun Yatai), que defende a seleção boliviana, têm cinco gols cada e estão empatados com o chinês Gao Lin (Guangzhou Evergrande) e o senegalês Demba Ba (Shangai Greenland).
Dos 24 brasileiros inscritos na primeira divisão, 15 já balançaram as redes. Entre os que passaram em branco até o momento estão os ex-corintianos Ralf, Gil e Jucilei, todos jogadores com mais preocupação defensiva que ofensiva.
A artilharia brasileira na competição só é menor que a chinesa. Os jogadores locais já marcaram 61 gols, 40% do total.
Depois de China e Brasil, as nacionalidades com maior destaque ofensivo na liga nacional mais rica da Ásia são Colômbia e Senegal (nove gols cada) e Coreia do Sul (seis).
Considerado irrelevante pelo público brasileiro até meses atrás, o Campeonato Chinês ganhou importância na última janela de transferências, entre dezembro e fevereiro.
Foram 398 milhões de euros (aproximadamente R$ 1,6 bilhão) torrados em reforços, muitos deles reconhecidos internacionalmente, casos do argentino Ezequiel Lavezzi (ex-PSG), do marfinense Gervinho (ex-Roma) e do colombiano Jackson Martínez (ex-Atlético de Madri).
Além disso, a liga chinesa investiu pesado em brasileiros: provocou um desmanche no Corinthians, campeão da Série A em 2015, e levou para a Ásia o volante Ramires (ex-Chelsea) e o meia-atacante Alex Teixeira (ex-Shakhtar Donetsk).
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Sobre o Autor
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.
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Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.