Artilheiro no Japão, ex-Ponte tem mais gols que Villa e rejeita seleção
Diego Oliveira é o artilheiro do Campeonato Japonês. Ao longo de 24 rodadas, já marcou 12 vezes. Com isso, está deixando para trás atacantes bem mais conhecidos que ele, como os brasileiros Jô e Leandro Damião, além do espanhol David Villa, ex-Barcelona e campeão da Copa do Mundo-2010.
Mas não pense que o atacante do FC Tokyo, que no Brasil atuou em clubes como Ponte Preta, Bahia e Paraná, está muito preocupado com a briga por esse troféu. Aliás, é difícil um assunto que tire o sono do jogador de 29 anos.
"Meu foco nunca foi ser artilheiro do campeonato. Futebol é um esporte coletivo. Ser campeão é muito mais gratificante do que terminar como artilheiro. Claro que quero esse prêmio, mas estou trabalhando forte é para ajudar minha equipe", afirma.
Foi com esse estilo despreocupado e de quem só quer paz que Diego Oliveira se transformou na principal arma da equipe japonesa para conquistar pela primeira vez na história o título da J-League.
O FC Tokyo lidera a competição desde o final de abril e, apesar de não ter vencido nos últimos dois jogos, ainda mantém uma vantagem de quatro pontos para o Kashima Antlers, um dos clubes mais poderosos do país, que ocupa a segunda colocação.
O sucesso fez de Diego Oliveira um dos rostos mais conhecidos do futebol nipônico. Mas, é claro que ele também não está nem aí para "esse negócio de ser celebridade".
"Qualquer um fica feliz com o reconhecimento do seu trabalho. Mas sou um cara que não costuma se deixar levar por esse lado, não. Prefiro mesmo é ter os pés no chãos. Melhor deixar essa coisa de lado."
Outro tema que não seduz o brasileiro é a possibilidade de assumir a cidadania japonesa e defender a seleção nipônica na Copa do Mundo-2022.
Como atua por lá desde janeiro de 2016 (defendeu o Kashiwa Reysol antes de jogar no FC Tokyo), o atacante está a pouco mais de um ano de completar o período de 60 meses necessários de residência no país para requerer a naturalização.
Mas Diego promete que isso não vai acontecer. "Particularmente, não tenho nenhum interesse em me naturalizar. O Japão está passando por um processo de renovação. Então, melhor deixar para a molecada."
Talvez esse seja um indício de que o atacante pretende retornar ao Brasil para, enfim, defender um clube grande daqui? Que nada. Essa só mais uma demonstração do jeito leve que o camisa 9 do FC Tokyo vê a vida.
Propostas do seu país-natal não faltam. Recentemente, ele recusou uma oferta do Vasco. Se o convite viesse de Palmeiras, São Paulo, Flamengo, Corinthians, Inter, Grêmio, a resposta possivelmente seria a mesma.
"Não sei se eu voltaria algum dia a jogar no Brasil. Hoje, se aparecesse qualquer oportunidade, eu nem pensaria na possibilidade. Estou estabilizado aqui. Tenho uma condição muito boa de vida no Japão. Aqui, o jogador é respeitado. Estou estabilizado. Não vai ser fácil me convencer a trocar isso por uma aventura."
O artilheiro do Campeonato Japonês é mesmo um homem que só quer paz.
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