Topo

Rafael Reis

Rainha dos reforços grátis, Juve monta meio de R$ 500 mi sem gastar nada

Rafael Reis

03/07/2019 04h00

O novo técnico da Juventus, Maurizio Sarri, pode escalar na temporada 2019/20 um trio de meio-campo avaliado em 115 milhões de euros (R$ 500 milhões), mas que não custou sequer um centavo à atual octocampeã italiana.

O galês Aaron Ramsey, o alemão Emre Can e o francês Adrien Rabiot desembarcaram em Turim graças à esperteza da diretoria bianconera de enxergar oportunidades de mercado em jogadores em reta final de contrato.

Crédito: Divulgação

Os dois primeiros assinaram pré-contratos com o clube quando estavam no último semestre dos vínculos com seus antigos times. Já Rabiot foi anunciado na última segunda-feira, um dia depois da sua ligação com o Paris Saint-Germain chegar oficialmente ao fim.

Da trinca de meio-campistas, o único que já completou uma temporada na Itália é Can. O alemão era reserva do Liverpool em janeiro de 2018, quando fechou acordo com a Juve para se transferir gratuitamente no término do seu contrato, seis meses depois.

Na Velha Senhora, o alemão ganhou importância. Disputou 37 partidas e foi titular durante a maior parte do seu ano de estreia. De acordo com o "Transfermarkt", seu valor estimado de mercado na atualidade está na casa de 40 milhões de euros (R$ 174 milhões).

Essa também é a avaliação de Ramsey. O galês foi o primeiro reforço anunciado pela Juve para a próxima temporada. O acordo foi selado ainda em janeiro, quando o jogador revelou ao Arsenal que não tinha intenção de renovar e que apenas cumpriria seu contrato até o fim.

Com Rabiot (35 milhões de euros, ou R$ 152 milhões, segundo o "Transfermarkt"), o negócio foi um pouco diferente, mas também não envolveu pagamento de compensação financeira por direitos econômicos.

O francês estava em guerra com a diretoria do PSG há mais de um ano por não querer assinar uma renovação de contrato e está sem jogar desde dezembro por causa disso. Apesar de ter sido "dado como certo" pela imprensa espanhola como reforço de Barcelona e Real Madrid, não selou pré-contrato com ninguém por lá.

Foi só depois que seu vínculo com o clube parisiense chegou ao fim, no último domingo, que Rabiot efetivamente acertou seu futuro e se mandou para Turim.

Nos três casos, a Juve não teve de pagar nada às antigas equipes dos seus reforços. Precisou "apenas" arcar com as luvas (bonificação por assinatura de contrato) e salários dos jogadores. Segundo a imprensa italiana, no caso de Rabiot, o prêmio foi de 10 milhões de euros (R$ 43,5 milhões) e os rendimentos anuais ficarão na casa de 7 milhões de euros (R$ 30,5 milhões).

Também foi em uma negociação, sem indenização a nenhuma agremiação, desse tipo que o clube repatriou o goleiro Gianluigi Buffon. Depois de rescindir com o PSG, o veterano de 41 anos decidiu voltar a Turim para a última temporada de sua carreira antes de ganhar um lugar na diretoria.

Além dos reforços gratuitos, o time que tem Cristiano Ronaldo como estrela máxima realizou até o momento apenas mais uma contratação nesta janela de transferências, o lateral esquerdo Luca Pellegrini, que pertencia à Roma, estava emprestado ao Cagliari e custou 22 milhões de euros (R$ 96 milhões).

Em compensação, já arrecadou 98 milhões de euros (R$ 427 milhões) com a venda de jogadores que, na maioria dos casos, já estavam cedidos a equipes menores da Itália e não faziam parte dos planos de Sarri para a próxima temporada.


Mais de Clubes

– Janela mal abriu e já movimentou R$ 10,6 bi; veja as 10 ligas mais gastonas
– Janela já movimentou R$ 8,2 bilhões; veja os 10 clubes que mais faturaram
– Por que os clubes ingleses estão tão discretos na janela de transferências?
– Janela já movimentou R$ 6,9 bilhões; conheça os 10 clubes mais gastões

Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.