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Rafael Reis

Por que os clubes ingleses estão tão discretos na janela de transferências?

Rafael Reis

19/06/2019 04h00

Na temporada passada, os clubes da primeira divisão da Inglaterra foram responsáveis por mais de 25% de todo o investimento feito no mundo inteiro na contratação de novos jogadores. Só os seis maiores times do país torraram juntos mais de 440 milhões de euros (R$ 1,9 bilhão) em reforços.

Mas isso não é surpresa para ninguém. Donos da liga nacional mais rica do planeta, os ingleses dominam há alguns anos o mercado da bola global e não costumam economizar na hora de caçar atletas para seus elencos.

Crédito: Carl Recine/Reuters

Só que não é o que tem acontecido na atual janela de transferências. Apesar de estar com o período de inscrição de jogadores aberto há mais de um mês, desde o dia 16 de maio, a Inglaterra anda discreta demais neste ano.

Até o momento, o investimento dos ingleses em reforços para a próxima temporada não chegou nem à casa dos 200 milhões de euros (R$ 874 milhões). Espanha, Alemanha e Itália já ultrapassaram essa marca há semanas.

Dos 10 clubes que mais gastaram nesta janela, só um vem da terra da rainha Elizabeth. E ele não é nenhuma das potências do país, mas sim o Wolverhampton, que estava na segunda divisão até o primeiro semestre do ano passado.

Liverpool e Tottenham, os dois finalistas da última edição da Liga dos Campeões, ainda não investiram sequer um centavo em reforços para 2018/19. Chelsea e Arsenal também estão com os cofres fechados.

Dos integrantes do "Big 6", só os clubes de Manchester já contrataram para a próxima temporada. Mas, mesmo no caso deles, as caras novas são muito mais para compor elenco do que propriamente para reforça-los.

O City pagou 8 milhões de euros (R$ 35 milhões) pelo goleiro norte-americano Zack Steffen, do Columbus Crew, que deve ser o novo reserva de Ederson. Já o United desembolsou 17 milhões de euros (R$ 74,3 milhões) por David James, promessa galesa de 21 anos que defendia o Swansea City.

Os investimentos contidos dos ingleses nesta janela de transferência não estão ligados a uma possível crise econômica no campeonato nacional mais rico do planeta. Na verdade, eles atestam a maturidade desses clubes no Mercado da Bola.

Liverpool, City e Tottenham sabem que possuem elencos prontos e que precisam de apenas algumas poucas peças para deixá-los ainda mais fortes. O Arsenal também necessita somente de reforços pontuais depois de rejuvenescer seu time nos últimos anos.

O Chelsea ainda espera a escolher do seu novo técnico para definir como irá gastar os 100 milhões de euros (R$ 437 milhões) recebidos pela venda do seu principal jogador, Eden Hazard. Já o Manchester United, depois de anos e mais anos de investimentos mal feitos, decidiu ser mais seletivo (e, consequentemente, lento) na hora de contratar.

A janela de transferências da Premier League termina antes das dos outros principais campeonatos nacionais da Europa. Na Inglaterra, os clubes poderão fechar novos negócios até o dia 8 de agosto.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.