Garoto de 14 anos já atrai o City, mas precisa ir à escola para poder jogar
Dois dias depois de deixar o mundo do futebol abismado ao marcar com apenas 14 anos seu primeiro gol como profissional e logo no maior clássico do futebol paraguaio, o atacante Fernando Ovelar teve uma conversa privada com o técnico do Cerro Porteño, Fernando Jubero.
Entre vários elogios sobre a atuação que o colocou na história, o garoto ouviu do treinador a seguinte pergunta: "você foi à escola hoje?"
A manutenção de uma rotina normal de estudos é uma das exigências feitas pela mãe de Ovelar para permitir a promoção do filho para o time adulto do Cerro. O acordo foi costurado pela comissão técnica do clube com os pais do jogador antes mesmo de sua estreia.
Atualmente, o adolescente cursa a nona série em uma escola de Assunção, capital do Paraguai. Até encerrar o Ensino Médio, a jovem estrela tem pelo menos mais três anos de educação formal pela frente.
"A vida de um menino de 14 anos precisa ser assim: ir ao colégio, descansar, alimentar-se bem e depois vir para cá aproveitar o futebol. Vamos todos ajudá-lo para que ele desfrute desse momentos e não saia do caminho", disse Jubero, em entrevista coletiva, na semana passada.
Ovelar entrou para a história do futebol no dia 4 de novembro, quando marcou um gols dos Cerro no empate por 2 a 2 com o Olimpia. Com 14 anos e nove meses, ele se tornou o jogador mais jovem de todos os tempos a balançar as redes na primeira divisão paraguaia.
No total, o atacante já disputou quatro partidas como profissional, todas como titular, desde a estreia na equipe adulta, no fim do mês passado, contra o 3 de Febrero.
O adolescente é neto de um ídolo do Cerro nas décadas de 1970 e 1980, o ex-zagueiro Gerónimo Ovelar, que ajudou a seleção paraguaia a conquistar o título da Copa América de 1979.
Sua precocidade já começou a colocá-lo na mira dos grandes clubes do futebol europeu. No último fim de semana, um observador do Manchester City foi ao Paraguai para analisá-lo de perto.
"Algumas pessoas me escreveram para perguntar [sobre Ovelar]. Mas estamos falando de um menino de 14 anos, que não tem passaporte comunitário para a Europa e só poderia se mudar quando completasse a maioridade ou se toda sua família se mudasse graças a um contrato de trabalho do seu pai. Uma transferência não é fácil", disse o empresário do jovem atacante, Jani Delmás, ao jornal paraguaio "ABC Cardinal".
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