É loucura imaginar Salah como finalista de prêmio de melhor do mundo?
Em dez das últimas 11 edições do prêmio de melhor jogador do mundo, o pódio teve Cristiano Ronaldo, Lionel Messi e mais um (Kaká, Fernando Torres, Xavi, Andrés Iniesta, Franck Ribéry, Manuel Neuer, Neymar e Antoine Griezmann).
Neste ano, a bola da vez para fazer companhia ao português do Real Madrid e ao argentino do Barcelona é Mohamed Salah.
Mas será que o principal jogador do Liverpool, que visita o Manchester City nesta terça-feira em busca da classificação para as semifinais da Liga dos Campeões da Europa, realmente tem chances de ser indicado ao prêmio?
Se fôssemos levar em conta apenas a "temporada regular", ou seja, as competições disputadas pelos clubes entre agosto do ano passado e maio de 2018, as possibilidades de Salah ser finalista do "The Best" seriam enormes.
Contratado pelo Liverpool no início da temporada por 42 milhões de euros (R$ 173,5 milhões), equivalente a menos de 19% do valor da ida de Neymar para o Paris Saint-Germain, o jogador de 25 anos tem jogado demais e desequilibrado em favor dos Reds.
Salah é o artilheiro do principal campeonato nacional do planeta, o Inglês, com 29 gols, e está a apenas cinco bolas nas redes de se tornar o maior goleador de uma única temporada da Premier League.
Além disso, é responsável direto por reconduzir o Liverpool ao posto de potência europeia.
Depois de vencer o Manchester City por 3 a 0 no jogo de ida, o time dirigido por Jürgen Klopp pode perder a partida desta terça por até dois gols de diferença que voltará às semifinais da Champions depois de dez anos.
A questão da popularidade, essencial no prêmio de melhor jogador do mundo, já que a definição dos escolhidos se dá através de votos de técnicos, jogadores, jornalistas e torcedores, também não deve ser problema para Salah.
Apesar de nunca ter figurado sequer entre os 24 indicados pela Fifa, o egípcio joga hoje no campeonato nacional mais visto do planeta e pode ganhar preciosos votos como representante do futebol africano –o continente só ganhou a eleição uma vez, em 1995, com o liberiano George Weah.
O que complica as pretensões de Salah de aparecer lado a lado com Cristiano Ronaldo e Messi na próxima premiação de melhor do planeta é a pós-temporada: a Copa do Mundo.
A não ser que faça chover na Rússia, o atacante provavelmente não passará de um coadjuvante de luxo no Mundial. E a culpa nem é dele, mas sim da seleção egípcia, que voltará ao torneio depois de 28 anos.
E ainda que consiga conduzir sua equipe a uma campanha muito acima das expectativas, como chegar às quartas de final, por exemplo, o astro do Liverpool ainda corre risco de ver sua indicação ser "engolida" por de algum outro jogador que venha a conquistar a Copa.
Se o Brasil faturar o hexa, dificilmente Neymar não aparecerá entre os finalistas do melhor do mundo. O mesmo pode acontecer com Griezmann ou Mbappé em um possível título francês. Ou até mesmo com Harry Kane se a Inglaterra for a zebra da vez na Rússia-2018.
Todos esses cenários complicariam demais a indicação de Salah, já que Messi e Cristiano Ronaldo parecem ter vaga cativa entre os finalistas do prêmio (e, nesta temporada, merecem demais estar entre os três melhores).
Assim, o que resta a Salah é continuar jogando bem e sonhar com um feito que pode quebrar toda essa dinâmica: o título da Champions. Mesmo assim, sua indicação não será uma certeza.
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