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Rafael Reis

Semana de amistosos vai mostrar seleção favorita para vencer a Copa?

Rafael Reis

23/03/2018 04h00

Este texto foi escrito antes do amistoso entre a seleção brasileira a Rússia. Mas não importa o que aconteça (ou tenha acontecido, dependendo do momento de sua leitura) no estádio Luzhniki, em Moscou, minha opinião sobre as chances dos comandados de Tite na Copa do Mundo-2018 continua a mesma.

Por mais tentador que seja acreditar que os resultados das partidas da última Data Fifa antes da convocação para o Mundial sejam indícios do sucesso ou do fracasso de um time na principal torneio de futebol do planeta, a verdade é que esses amistosos não são tão determinantes assim.

Em março de 2014, o Brasil goleia por 5 a 0 a África do Sul. Mas, quando chegou a Copa, fracassou e saiu de campo com um histórico 7 a 1 tatuado na testa. Já em 2002, a seleção não foi além de um empate por 1 a 1 com o Portugal. Mesmo assim, conquistou o penta.

É verdade que quatro anos atrás a Alemanha derrotou a forte seleção do Chile no período de preparação para o seu quarto título mundial. Mas sua campanha pré-Copa também teve empates contra Polônia e Camarões.

Amistosos não são um termômetro confiável para o Mundial porque eles são apenas… amistosos.

Enquanto em partidas oficiais o resultado é o mais importante, e muitas vezes não importa o que você fez para chegar a ele, em amistosos o placar está longe de ser o mais importantes. Esses jogos são terrenos férteis para observação, experiências táticas e testes de novos jogadores.

É isso que a Data Fifa de março oferecerá em abundância: oportunidade para que os treinadores das 32 seleções que vão à Rússia-2018 descubram outras formações e atletas que possam compor suas listas finais.

Quase todos os times candidatos ao título mundial têm caras novas para os amistosos desta e da próxima semana. O Brasil conta com Willian José e Ismaily. A Argentina, com o fenômeno mal saído da adolescência Lautaro Martínez. França, Espanha, Bélgica e Inglaterra também farão testes com jogadores nunca antes convocados.

Além disso, há um outro fator que impede uma avaliação plena das chances de cada seleção na Copa com base no que elas farão nos amistosos deste mês: o tempo.

Ainda faltam quase três meses para o pontapé inicial do Mundial, e muita coisa vai acontecer até lá. Neymar vai se recuperar de sua fratura no pé, outros jogadores certamente irão se machucar. Atletas que estão em boa fase vão entrar em momentos negativos, e vice-versa.

Ou seja, algumas das cartas que vão definir a próxima seleção a conquistar a Copa do Mundo serão reembalharadas.

É por isso que, não importa o que aconteça (ou tenha acontecido) no amistoso contra a Rússia e nem qual será o resultado do confronto com a Alemanha, o Brasil vai à Copa-2018 como um candidato real ao título. Não como favorito, mas como um dos possíveis campeões.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.