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Rafael Reis

Pegou fogo: 5 jogos que transformaram Barcelona e Chelsea em arquirrivais

Rafael Reis

20/02/2018 04h00

Chelsea e Barcelona dão início nesta terça-feira ao maior clássico das oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa nesta temporada.

É isso mesmo. Apesar de suas sedes estarem separadas por mais de 1.100 quilômetros, o atual campeão inglês e o clube catalão construíram ao longo dos últimos 15 anos uma relação bastante conflituosa.

A rivalidade entre as duas equipes que se enfrentam nesta terça, às 16h45 (de Brasília), no Stamford Brige, em Londres, nasceu de uma série de confrontos decisivos marcados por resultados conquistados a fórceps, decisões questionáveis da arbitragem e muita provocação.

Relembre abaixo cinco partidas que transformaram Chelsea e Barcelona em arquirrivais europeus:

CHELSEA 1 x 1 BARCELONA
06/05/2009
Semifinal da Liga dos Campeões

O Barcelona perdia o jogo e a vaga na decisão da Champions até os 48 min do segundo tempo, quando Iniesta marcou um golaço e abriu caminho para o primeiro título europeu da "era Guardiola". Só isso já seria suficiente para classificar o jogo como um épico. Mas a partida em Stamford Bridge teve muito mais. O Chelsea reclamou de pelo menos quatro pênaltis não marcados pelo árbitro norueguês Tom Henning Överbö, que até hoje sofre ameaças de morte por aquela atuação. Recentemente, ele admitiu que errou em alguns desses lances e que o resultado da semifinal seria outro se naquela época já existisse o VAR, sistema de vídeo que auxilia a arbitragem.

BARCELONA 2 x 2 CHELSEA
24/04/2012
Semifinal da Liga dos Campeões

O Chelsea demorou três anos para conseguir a tão esperada vingança contra o Barcelona. Em 2012, os clubes se reencontraram em uma semifinal de clima fervente fora de campo. Os ingleses largaram na frente na briga pela vaga na final com uma vitória por 1 a 0 em Londres. Mas, na partida de volta, o Barcelona abriu 2 a 0 com 43 minutos de jogo e parecia fadado a disputar mais uma final de europeia. Só que um gol de Ramires, outro de Fernando Torres e uma retranca com direito a 18% da posse de bola (na soma dos dois jogos) decretaram a revanche do Chelsea, que conquistaria naquele ano seu primeiro (e até hoje único) título de Champions.

CHELSEA 1 x 2 BARCELONA
22/02/2006
Oitavas de final da Liga dos Campeões

Se hoje Neymar é acusado de ser "cai-cai" e de valorizar demais as pancadas que sofre dos adversários, 12 anos atrás o alvo dessas críticas era Lionel Messi. Pelo menos, na cabeça do então técnico do Chelsea, José Mourinho, que elogiou as habilidades artísticas do jogador após a derrota por 2 a 1 no jogo de ida das oitavas de final da Champions de 2006. O motivo da ira do português foi a jogada que fez com o que o lateral esquerdo Asier del Horno fosse expulso aos 37 min do primeiro tempo. Na partida de volta, houve empate por 1 a 1, e o Barça ficou com a vaga. Mas Messi saiu de campo contundido e pouco jogou na reta final daquela temporada.

BARCELONA 2 x 1 CHELSEA
23/02/2005
Oitavas de final da Liga dos Campeões

O cartão vermelho recebido por Drogba, após uma entrada no goleiro Victor Valdés, aos 11 min do segundo tempo de uma partida que o Chelsea vencia por 1 a 0, é uma espécie de marco zero da rivalidade entre os clubes. Após a partida, o técnico José Mourinho acusou o árbitro Anders Frisk de ter conversado com o então comandante do Barça, Frank Rijkaard, durante o intervalo da partida, e levantou suspeitas sobre a idoneidade do juiz. Ameaçado de morte por torcedores do Chelsea, Frisk anunciou a aposentadoria semanas mais tarde.

CHELSEA 4 x 2 BARCELONA
08/03/2005
Oitavas de final da Liga dos Campeões

Foi em uma clima de extrema tensão provocada pela "metralhadora" de Mourinho que Chelsea e Barcelona se reencontraram duas semanas depois para definir quem continuaria na Champions. Os ingleses levaram a melhor: 4 a 2, mas não sem polêmicas. O Barcelona reclamou de falta em um dos gols do Chelsea e de um pênalti não marcado. Samuel Eto'o, atacante do Barça, também disse ter sido vítima de racismo dentro de campo. Para completar, ao fim do jogo, Rijkaard partiu para cima de André Villas-Boas, então auxiliar de Mourinho naquele mata-mata.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.