Dinheiro é exceção: 84% das transferências no futebol mundial são gratuitas
Em 2017, as transferências internacionais no Mercado da Bola movimentaram US$ 6,37 bilhões (cerca de R$ 20,2 bilhões).
O valor impressiona, mas representa apenas 15,8% de todas as transações de jogadores de futebol envolvendo clubes de países diferentes.
É que, mesmo em tempos marcados pela gastança desenfreada dos principais clubes do planeta e quando tudo no futebol parece girar em torno do dinheiro, a maioria absoluta das transferências acontece sem nenhum tipo de compensação financeira.
De acordo com o "Global Transfer Market Report" ("Relatório do Mercado Global de Transferências", em tradução livre para o português), documento divulgado pela Fifa na última semana, 84,2% de todas as transferências internacionais seladas no ano passado foram gratuitas.
Esses negócios incluem empréstimos, mudanças de clube ao fim do contrato vigente, contratações de atletas que não possuíam vínculo com nenhum time ou mesmo transações em que as duas equipes (compradora e vencedora) julgaram não ser necessárias nenhuma espécie de pagamento pelo jogador.
E mesmo entre os 15,8% das transferências que envolvem dinheiro, poucas são as que mexem com quantias milionárias.
Negócios que superam os US$ 10 milhões (pouco menos de R$ 32 milhões), aqueles que normalmente a imprensa dá algum destaque e os torcedores comentam com mais ânimo nas redes sociais, corresponderam a apenas 1% das transações internacionais de 2017, de acordo com o relatório produzido pela Fifa.
As mudanças de clube que movimentaram no máximo US$ 1 milhão (R$ 3,2 milhões) representaram 11% do total, sendo que pouco menos da metade delas (5% do montante global) foram de negócios que não chegaram nem a US$ 100 mil (R$ 320 mil).
Ou seja, enquanto alguns poucos times gastam caminhões de dinheiro para ter um Neymar, um Philippe Coutinho ou Kylian Mbappé em seus elencos, a maioria das equipes de futebol do planeta não investe nada (ou praticamente nada) na compra de direitos econômicos de jogadores.
E esses times não apenas aqueles que estão na periferia da bola.
O Las Palmas, que disputa a primeira divisão espanhol, gastou apenas 350 mil euros (R$ 1,4 milhão) em contratações na atual temporada.
Já o Troyes, adversário de Neymar, o jogador mais caro da história do futebol, na Ligue 1 francesa, obteve um feito ainda mais impressionante: não torra sequer um centavo na aquisição de novos atletas há dois anos e meio.
Sim, o Mercado da Bola movimenta muito dinheiro. Mas ele está em poucas e privilegiadas mãos.
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