Como Ricardo Goulart superou estrelas para virar "rei" do futebol chinês
Cento e quinze jogos, 71 gols e 38 assistências. Dois campeonatos nacionais disputados, dois títulos conquistados. Melhor jogador das duas últimas temporadas e o prêmio de artilharia da mais recente.
Em linhas gerais, é esse o resumo até o momento da passagem de Ricardo Goulart pela China. Um resumo que faz dele o jogador mais importante do bilionário futebol do gigante asiático na atualidade.
O meia-atacante foi tirado do Cruzeiro pelo Guangzhou Evergrande no início de 2015 por 15 milhões de euros (R$ 55,2 milhões, na cotação atual), uma ninharia perto do que os chineses gastaram para contratar Oscar (60 milhões de euros), Hulk (55,8 milhões), Alex Teixeira (50 milhões) e Jackson Martínez (42 milhões).
Mas, apesar de ter custado pouco para os padrões chineses contemporâneos, o brasileiro faz gol como ninguém no Oriente.
Desde 2015, Goulart é o jogador que mais balançou as redes na Superliga Chinesa. Em sua temporada de estreia, ele foi o vice-artilheiro da competição. No ano passado, o goleador máximo do torneio. E agora, ocupa o segundo lugar na lista dos matadores –tem 12 gols, contra 18 do israelense Eran Zahavi, do Guanzghou R&F.
É evidente que o poderio do Evergrande ajuda a explicar o sucesso do ex-cruzeirense. Afinal, o time dirigido por Luiz Felipe Scolari é o atual hexacampeão chinês e ocupa novamente a liderança da liga, com um ponto de vantagem para o Shanghai SIPG.
Mas, apesar de jogar ao lado de Paulinho, titular da seleção brasileira e na lista de contratações do Barcelona, e de Muriqui, é o melhor jogador do melhor time da China. E tem feito história por lá.
Goulart é o único atleta da história da Superliga Chinesa a conquistar o prêmio de craque do campeonato por duas vezes (2015 e 2016). E também foi o último a ser eleito o melhor jogador da Liga dos Campeões da Ásia por um time da China (2015).
O meia-atacante, que fazia parte de convocações da seleção quando foi negociado com o Oriente e hoje parece distante dos planos de Tite, apesar da ótima fase, já é um dos dez estrangeiros que mais balançaram as redes na história do futebol profissional chinês.
Goulart tem contrato com o Evergrande até janeiro de 2020. Ou seja, a não ser que acerte uma transferência para outro país ou retorne para o Brasil, tem pelo menos mais duas temporadas e meia pela frente na China. Tempo suficiente para se consolidar ainda mais como o "rei" do futebol local.
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