Em três anos, China acumula prejuízo de R$ 2,4 bilhões no Mercado da Bola
Pagar caro por reforços badalados internacionalmente e entregar seus jogadores por valores bastante reduzidos (muitas vezes até sem custo nenhum) quando eles já não lhe são mais úteis.
Foi com essa receita que a China acumulou ao longo dos últimos três anos um prejuízo de 704,6 milhões de euros (aproximadamente R$ 2,4 bilhões) no Mercado da Bola.
É essa a diferença entre os 900,1 milhões de euros (R$ 3 bilhões) que os 16 clubes da primeira divisão chinesa gastaram na contratação de reforços ao longo das três últimas temporadas e os 195,6 milhões (cerca de R$ 600 milhões) que eles arrecadaram com a venda de jogadores.
O déficit dos chineses é o segundo maior do planeta no período. Apenas a Premier League inglesa registrou um resultado financeiro pior: 2 bilhões de euros (R$ 6,8 milhões).
O abismo entre os valores gastos e os arrecadados com transferências pelos clubes chineses está ligado a dois fatores: o crescimento exponencial na sede por reforços internacionais dos times de lá e a raridade de bons negócios futuros para os atletas que já estão no gigante asiático.
A comparação entre a compra e a venda mais caras da história do futebol chinês mostra bem esse cenário.
Em janeiro, o Shanghai SIPG quebrou o recorde histórico do país ao pagar 60 milhões de euros (R$ 203 milhões) para tirar o meia brasileiro Oscar, do Chelsea, da Inglaterra.
O valor é nove vezes maior que o máximo de dinheiro arrecadado por um time chinês com a venda de um jogador para o exterior: os 5,9 milhões de euros (quase R$ 20 milhões) recebidos em 2014 pelo Guangzhou Evergrande para liberar o brasileiro Muriqui para o Al-Sadd, do Qatar.
E o caso do hoje atleta do Vasco é exceção. Quem deixa a China, normalmente vai embora sem que seu clube receba qualquer tipo de compensação.
Foi o que aconteceu, por exemplo, com Jadson, que voltou ao Brasil nesta janela de transferências. Um ano atrás, o Tianjin Quanjian pagou 5 milhões de euros (R$ 17 milhões) para tirá-lo do Corinthians. Agora, vai devolvê-lo ao clube brasileiro sem receber um centavo.
Apesar dos altos prejuízos na compra e venda de jogadores e das arrecadações com bilheteria e direitos de transmissão não serem tão altas assim, o modelo chinês tem se mostrado sustentável até o momento porque os clubes estão nas mãos de bilionários e grandes corporações dispostas a investir pesado para cobrir esses rombos.
Entre os proprietários de clubes na primeira divisão chinesa estão empreiteiras, montadoras de automóveis, empresas do ramo farmacêutico e até mesmo governos regionais.
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