Até casa de apostas é dona de time na 1ª divisão da Inglaterra
O inédito título inglês conquistado pelo Leicester na temporada passada provocou prejuízos históricos para as casas de apostas britânicas, que tiveram de desembolsar pelo menos 15 milhões de libras (R$ 66 milhões) para premiar os poucos que previram a façanha histórica.
Se o azarão não fosse a equipe de Vardy e Mahrez, mas sim o Stoke City, essa informação deixaria de ser uma simples curiosidade para se tornar o centro de uma importante discussão ética sobre conflito de interesses.
É que os Potters, apelido do time que está na primeira divisão inglesa desde 2008 e foi nono colocado na última temporada, não têm uma casa de apostas apenas como patrocinador principal e dono dos naming rights do seu estádio.
A relação é bem mais profunda. O Stoke City pertence a uma das maiores redes de apostas esportivas via internet do planeta, o Bet365, que atua em quase 200 países e possui cerca de 19 milhões de clientes.
O presidente do clube, Peter Coates, é também quem dirige o grupo, que foi fundado em 2000 e adquiriu o time da cidade de Stoke-on-Tent seis anos depois
"Eu e minha família não vemos o Stoke como um negócio. É algo importante para nossa região e que gostamos de fazer", disse Coates, em entrevista publicada pelo jornal "Guardian", em 2015.
A parceria de dez anos entre o time e uma empresa que ganha dinheiro com as previsões de resultados de partidas de futebol (inclusive as envolvendo a equipe que lhe pertence) nunca produziu nenhum grande escândalo e nem incomoda a Inglaterra, um país que é apaixonado pelas apostas.
Mas, internacionalmente a coisa é bem diferente. A Fifa e Uefa monitoram constantemente apostadores e plataformas de apostas para detectar partidas com propensão a fraude e manipulação de resultados.
O poderio das casas de apostas (as legalizadas, caso da Bet365) sobre o futebol é cada vez maior. Nove dos 20 clubes da Premier League são patrocinados por uma empresa do segmento. A segunda divisão inglesa leva o nome de um site do gênero. E há ainda o caso do Stoke…
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