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Rafael Reis

Por onde andam os jogadores campeões da Libertadores-1995 pelo Grêmio?

Rafael Reis

22/11/2017 04h30

Quatro anos depois de o Atlético-MG derrotar nos pênaltis o Olimpia (PAR), o futebol brasileiro volta nesta quarta-feira a participar de uma decisão de Libertadores.

Campeão continental em 1983 e 1995, o Grêmio recebe o Lanús (ARG) nesta noite, no primeiro jogo da decisão do torneio mais interclubes mais importante da América do Sul, para tentar igualar a marca de São Paulo e Santos, únicos brasileiros com três Libertadores no currículo.

Momento propício para relembrar a última conquista gremista. Vinte e dois anos atrás, a equipe gaúcha desbancou o Atlético Nacional por 4 a 2 no placar agregado (3 a 1, em Porto Alegre, e 1 a 1 no jogo de volta) e alçou ao estrelato nomes como Arce, Paulo Nunes, Jardel e o técnico Luiz Felipe Scolari.

Mas como será que os heróis do Grêmio de 1995 estão hoje em dia? Apresentamos abaixo os paradeiros dos jogadores que deram à metade tricolor do Rio Grande do Sul o bicampeonato da Libertadores.

POR ONDE ANDA – GRÊMIO (1995)?


Danrlei (44 anos) –
Um dos maiores ídolos da história recente do Grêmio, foi titular do clube durante quase uma década e conquistou 12 títulos com a camisa tricolor. De temperamento forte, envolveu-se em várias confusões e chegou até a agredir um companheiro de time durante um treinamento. Atualmente, cumpre seu segundo mandato como deputado federal pelo Rio Grande do Sul.

Francisco Arce (46 anos) – O lateral direito construiu uma carreira de sucesso no futebol brasileiro, onde atuou por três temporadas no Grêmio e mais cinco no Palmeiras, e disputou as Copas do Mundo de 1998 e 2002. Técnico desde 2009, já faturou um título paraguaio pelo Cerro Porteño, clube que o revelou. Está em sua segunda passagem como treinador da seleção paraguaia, que falhou nas eliminatórias da Copa-2018.

Catalino Rivarola (52 anos) – Compatriota de Arce, o zagueiro já era um veterano de 30 anos quando desembarcou no Grêmio, em 1995. Quatro anos depois, foi contratado pelo Palmeiras, onde praticamente não jogou. Rivarola ainda teve uma rápida passagem pelo América-RJ antes de voltar para casa e encerrar a carreira no Libertad, em 2001. Assim como Arce, também fez parte do elenco paraguaio na Copa-1998.

Adílson Batista (49 anos) – Capitão gremista há 22 anos, o zagueiro encerrou a carreira em 2001 e já emendou uma carreira como treinador. Seu melhor momento no novo cargo aconteceu à frente do Cruzeiro, clube pelo qual conquistou os títulos mineiro de 2008 e 2009. O ex-capitão gremista também dirigiu (sem muito sucesso) Corinthians, Santos, Atlético-PR, São Paulo e Vasco. Seu último trabalho relevante foi o de técnico do Joinville, em 2015.

Roger Machado (42 anos)  – Jogador mais jovem escalado por Felipão na final da Libertadores, o lateral esquerdo fez mais de 400 partidas pelo Grêmio antes de se aventurar por Vissel Kobe (JAP) e Fluminense. Um dos mais promissores treinadores da nova geração brasileira, Roger dirigiu entre 2015 e 2016 o clube onde se consagrou duas décadas atrás e neste ano venceu o Campeonato Mineiro pelo Atlético.

Dinho (51 anos) – Famoso pela falta de carinho com que tratava as canelas e tornozelos adversários, o volante já havia sido bicampeão da Libertadores pelo São Paulo quando chegou ao Olímpico. Dinho jogou profissionalmente até 2002 e depois de enveredou pela carreira política. O ex-gremista já disputou eleições para vereador de Porto Alegre e deputado estadual do Rio Grande do Sul, mas nunca foi eleito –só assumiu como suplente uma cadeira na câmara municipal da capital gaúcha.

Luís Carlos Goiano (49 anos) – Parceiro de Dinho no setor defensivo do meio-campo gremista, acabou expulso por dois cartões amarelos na final contra o Atlético Nacional. Goiano jogou na equipe tricolor entre 1995 e 1999 e também conquistou um título brasileiro e uma Copa do Brasil. Desde 2013, é diretor executivo do Novorizontino, clube onde despontou para o futebol brasileiro e que atualmente disputa a primeira divisão do Campeonato Paulista.

Arílson (44 anos) – Eternizado por ter fugido da concentração das seleção brasileira pré-olímpica em 1996, o meia não conseguiu construir fora da Olímpico a carreira que parecia que teria quando ajudou o Grêmio a ganhar o bi da Libertadores. No total, o meio-campista defendeu 22 clubes diferentes e passou por Alemanha, Espanha, Chile, Colômbia e Arábia Saudita. No mês passado, estreou como técnico de um time profissional à frente do Aimoré, de São Leopoldo (RS).

Carlos Miguel (45 anos) – O meia, que também passou pelo São Paulo e integrou o elenco da seleção brasileira na Copa das Confederações de 2001, foi outro integrante do vitorioso time gremista que tentou uma carreira política. Em 2012, ele disputou as eleições para vereador de Cachoeirinha (RS), mas não foi eleito. Três anos depois, tornou-se comentarista da Grêmio Rádio Umbro, onde trabalha até hoje.

Paulo Nunes (46 anos) – Carismático, também fez sucesso com as camisas de Flamengo e Palmeiras, jogou pela seleção brasileira e teve uma passagem esquecível pelo Corinthians. Após a aposentadoria, abriu uma escolinha de futebol em Goiânia e passou a trabalhar como empresário de jovens jogadores. Em 2013, participou do reality show "A Fazenda", exibido pela Record.

Jardel (44 anos) – O artilheiro da Libertadores-1995, com 12 gols, construiu uma carreira de sucesso em Portugal (três títulos nacionais e três prêmios de melhor jogador da competição) e também passou por Inglaterra, Espanha e Itália. Após a aposentadoria, Jardel revelou ter passado por um grave caso de depressão e envolvimento com drogas. Em 2014, foi eleito deputado estadual no Rio Grande do Sul. Dois anos depois, teve o mandato cassado por uma série de irregularidades –foi investigado por envolvimento com drogas, cobrança de parte dos salários dos servidores para uso pessoal e utilização da estrutura pública para questões particulares.

Luciano Dias (47 anos) – Formou durante muito tempo a dupla de zaga do Grêmio com Adilson Batista e substituiu o capitão aos 20 minutos do primeiro tempo do segundo jogo da final contra o Atlético Nacional. Desde 2004, trabalha como treinador, mas nunca conseguiu decolar nacionalmente nessa nova carreira. No primeiro semestre, dirigiu o Comercial de Ribeirão Preto na Série A3 do Campeonato Paulista.

Nildo (51 anos) – Vestia a camisa 10 do Grêmio na Libertadores-1995, mas era reserva na equipe de Felipão e entrou no lugar de Jardel no decorrer da segunda partida da decisão. Aposentado desde 2003, trabalha como treinador no Norte e no Nordeste.

Alexandre (48 anos) – Pouco lembrado fora do Rio Grande do Sul, o meio-campista que substituiu Paulo Nunes nos minutos finais da decisão também defendeu Internacional, Botafogo, Flamengo, Guarani e Portuguesa, entre outros. Atualmente, trabalha como empresário.

Luiz Felipe Scolari (69 anos) – Até conquistar a Libertadores-1995, Felipão era "apenas" um técnico bicampeão da Copa do Brasil por Criciúma (1991) e Grêmio (1994). A conquista internacional foi um divisor de águas para aquele que se tornaria o treinador brasileiro de maior sucesso de sua geração. Scolari entrou para a história do Palmeiras, transformou a seleção de Portugal, dirigiu o Chelsea e foi o treinador do Brasil em duas Copas. Em 2002, faturou o penta. Em 2014, ficou queimado graças ao 7 a 1. Passou as últimas três temporadas acumulando títulos e dinheiro na China. Optou por deixar o Guangzhou Evergrande e agora está sem emprego.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.