Futebol mexicano acumula decepções na Libertadores; entenda por quê
Uma liga organizada e clubes endinheirados, com muitos torcedores e até mesmo jogadores reconhecidos internacionalmente. Em tese, o futebol mexicano tinha tudo para ser uma das principais potências da Libertadores.
Mas, depois de 18 anos de participação na competição sul-americana, os representantes da Concacaf ainda buscam seu primeiro título e acumulam muito mais decepções do que campanhas de sucesso.
Apenas três clubes mexicanos chegaram até a decisão da Libertadores até hoje (Cruz Azul, em 2001, Chivas, em 2010, e Tigres, no ano passado). Mas todos foram derrotados na final.
Em contrapartida, o futebol mexicano não conseguiu nem alcançar as semi em dez oportunidades, incluindo quatro das cinco últimas edições.
O fracasso mais recente foi a goleada por 4 a 0 sofrida na semana passada pelo Toluca contra o São Paulo, no Morumbi, no jogo de ida das oitavas de final da Libertadores.
Para continuar na competição e evitar outro fiasco, a equipe mexicana precisa vencer a brasileira, nesta quarta-feira, por pelo menos cinco gols de diferença.
"Os times daqui são fortes, não ficam devendo em nada em relação aos brasileiros. Mas não são os melhores que jogam a Libertadores", justifica o veterano meia Sinha, 39, do Querétaro, radicado no México há duas décadas e que defendeu a seleção tricolor na Copa-2006.
Ao contrário dos outros dez países participantes, a terra de Chaves e Chicharito não envia seu campeão nacional para a competição. O vencedor e o vice de cada semestre do Campeonato Mexicano disputam a Liga dos Campeões da Concacaf, confederação a qual ele é filiado.
Restam à Libertadores o campeão da Supercopa MX e os dois primeiros colocados do Torneio Apertura do ano anterior que não estejam na Concachampions. Na prática, o quinto e o sexto melhores times do país.
Além disso, um eventual título sul-americano não vale aos mexicanos o direito de participar do Mundial de Clubes, já que o país participa da competição continental como convidado e não é filiado à Conmebol.
"Antes, os clubes daqui realmente deixaram a Libertadores em segundo plano. Mas isso já está mudando", adiciona Sinha.
Por fim, há a distância e o desgaste provocado por viagens longas, que chegam a durar até 12 horas. Sempre que sai para jogar no exterior na Libertadores, os clubes mexicanos precisam encarar voos de pelo menos 3.000 km.
Agora imagine fazer isso até oito vezes em um período de cinco ou meses. Certamente, o cansaço irá bater e o desempenho dentro de campo não será o mesmo de quem não precisa se locomover tanto.
É por tudo isso que o México, apesar de ter uma liga forte, endinheirada e competitiva, ainda não venceu a Libertadores e já recebeu a fama de ser a "decepção" da competição.
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