Cristiano Ronaldo não foi contratado para ganhar títulos italianos e nem para classificar sua equipe para a fase final da Liga dos Campeões da Europa. Afinal, quando o craque português chegou à Juventus, no começo desta temporada, o time já era heptacampeão nacional consecutivo e havia alcançado os playoffs das últimas quatro edições do torneio continental.

O desafio de CR7 em Turim é outro: conduzir a "Velha Senhora" à conquista da Champions, algo que o clube conseguiu apenas duas vezes em sua história, nas temporadas 1984/1985 e 1995/96.

Por isso, a partida contra o Atlético de Madri, nesta quarta-feira, na capital espanhola, a primeira das oitavas de final do torneio europeu, é uma espécie de "estreia" de CR7 com a camisa da Juve.

Mas, será que a estrela portuguesa já conseguiu transformar o time italiano em um dos favoritos para ganhar a Champions? Mostramos abaixo o que mudou na equipe dirigida por Massimiliano Allegri desde a chegada do seu principal astro.

APROVEITAMENTO
Líder do Campeonato Italiano com 13 pontos de vantagem para o Napoli, segundo colocado, a Juventus venceu nada menos que 27 dos 33 jogos oficiais que disputou nesta temporada e somou incríveis 84,8% dos pontos que disputou. Em 2017/18, último ciclo antes da chegada de CR7, esse aproveitamento também foi excelente, mas ficou na casa dos 79%. Neste ano, o clube passou para a fase final da Champions com a melhor campanha do seu grupo. No anterior, foi segunda colocada da chave.

FORÇA OFENSIVA
Ao contratar Cristiano Ronaldo, qualquer equipe do mundo imaginaria que teria um ganho na produtividade do seu ataque. Certo? Bem, não foi isso que aconteceu com a Juventus. Na comparação com a temporada passada, o setor ofensivo da equipe mais vitoriosa do futebol italiano perdeu força. Em 2017/18, o time marcou 112 gols em 54 jogos oficiais, média de 2,07 gol por partida. Depois da chegada de CR7, foram 64 bolas nas redes em 33 compromissos, ou 1,94 tento a cada 90 minutos.

DEPENDÊNCIA
A contratação do vencedor de cinco prêmios de melhor jogador do planeta colocou uma nova palavra no dicionário da Juventus: dependência. Afinal, com finalizações ou passes para seus companheiros balançarem as redes, Cristiano Ronaldo foi responsável por 51,5% de todos os gols marcados pela equipe. Foram 33 gols com atuação direta do português em um total de 64 anotados pelo clube. Na temporada passada, a Juve era um time bem mais democrático. Seu maior criador de gols foi o argentino Paulo Dybala, também com 33 participações, mas que equivaleram a só 29,5% do total de movimentações no placar.

ESQUEMA TÁTICO
Na temporada passada, a Juventus tinha um sistema tático bem definido. Na maior parte dos jogos, atuava em um 4-3-3, com Gonzalo Higuaín no papel de centroavante e Mario Mandzukic aberto pela esquerda. O posicionamento do croata era um dos segredos do sucesso da equipe. Afinal, a maior parte das bolas longas da Juve tinham o grandalhão como endereço. Apesar de ainda ter o 4-3-3 como formação padrão, o time passou a testar outros desenhos desde a chegada de CR7 e tentou jogar com três zagueiros e no 4-4-2. Mandzukic voltou a ser homem de área, só que tem de voltar pela esquerda para marcar quando o adversário ataca, já que o principal astro da equipe pouco participa das movimentações defensivas.

MENOS DRIBLES, MAIS CHUTES
A Juventus de Cristiano Ronaldo é mais objetiva do que o time que costumava ser na era pré-CR7. É isso que mostra os números do "WhoScored?", site especializado nas estatísticas do futebol. Enquanto a média de dribles por jogo caiu 26,2% (de 13,7 para 10,1) na atual temporada, a de chutes a gol cresceu 26% (de 14,6 para 18,4). Tudo bem ao estilo de CR7, o rei da objetividade.

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