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Como futebol dos EUA estica estrelato de jogadores em fim de carreira

Rafael Reis

03/11/2018 04h00

Campeão da Copa do Mundo-2010 e da Eurocopa-2008 pela seleção espanhola, David Villa já completou 36 anos e há quatro temporadas não tem mais espaço na elite do futebol do Velho Continente.

Mas isso não significa que o ex-atacante de Valencia, Barcelona e Atlético de Madri esteja aposentado. Muito pelo contrário: apesar da decadência física (e até técnica), o espanhol ainda é uma estrela.

Villa é um dos astros que encontraram no "soccer" dos Estados Unidos o espaço perfeito para prorrogar por mais alguns anos seu protagonismo dentro de campo. Na atual temporada da MLS (Major League Soccer), o camisa 7 já marcou 15 vezes e deu cinco assistências.

Um desses gols ajudou o New York City a derrotar o Philadelphia Union por 3 a 1 e se classificar para as semifinais da Conferência Leste. Neste domingo, a franquia da cidade mais importante dos EUA enfrenta o Atlanta United para ficar entre as quatro melhores equipes dos playoffs.

Assim como Villa, outros jogadores com histórico de sucesso em alguns dos maiores clubes do mundo ainda dão um caldo bem interessante na principal liga profissional do futebol na América do Norte.

O sueco Zlatan Ibrahimovic, 37, por exemplo, é o vice-artilheiro da MLS. O centroavante do Los Angeles Galaxy marcou 22 vezes na temporada regular (menos apenas que o venezuelano Joseg Martínez, do Atlanta United), mas não conseguiu colocar seu time na fase final.

Mas o melhor caso de ressurreição de um astro proporcionada pelos EUA nesta temporada é o de Wayne Rooney. Ex-companheiro de Ibra no Manchester United, o inglês era reserva do Everton até o meio do ano e parecia caminhar para um final melancólico de carreira.

Foi quando surgiu o convite para se transferir para o DC United. No time de Washington, o veterano de 33 anos voltou a ser protagonista. Em 21 jogos, produziu nada menos que 18 gols –12 marcados por ele mesmo, além de seis assistências.

Rooney saiu da disputa do título na última semana, quando seu time perdeu nos pênaltis para o Columbus Crew. Mas o objetivo de alterar o rumo da reta final de sua carreira e voltar aos dias de glória já estava cumprido.

O trio formado por Villa, Ibrahimovic e Rooney tem uma missão toda especial nos EUA: ajudar o futebol a realmente se tornar um esporte popular no país. Famosos além das quatro linhas, eles ajudam a encher os estádios, colocam a modalidade nos noticiários de TV e atraem patrocinadores.

A estratégia está longe de ser uma novidade. Ainda na década de 1970, Pelé, Carlos Alberto Torres e Franz Beckenbauer jogaram pelo New York Cosmos. Já na "era MLS", iniciada em 1996, Lothar Matthäus, David Beckham, Thierry Henry e Kaká emprestaram suas imagens ao "soccer".

Todos eles alcançaram um relativo sucesso no futebol dos EUA e conseguiram esticar um pouco mais a carreira do que fariam se estivessem em uma liga mais competitiva. Ou seja, essa é uma conta em que normalmente todos os envolvidos saem ganhando.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis