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"Furacão" inglês foi dispensado no Arsenal e esquentou banco na 2ª divisão

Rafael Reis

03/07/2018 04h00

Autor de cinco gols na primeira fase da Copa do Mundo e principal esperança da Inglaterra para vencer a Colômbia, nesta terça-feira, em Moscou, e avançar às quartas de final da Rússia-2018, Harry Kane é conhecido como "Hurricane" (Furacão, em português).

Mas o centroavante do Tottenham nem sempre fez jus a esse apelido, um trocadilho com seu nome e o sucesso que faz dentro de campo. No início de carreira, ele parecia mais uma leve brisa do que um vendaval.

Ao contrário de Neymar, Lionel Messi e Kylian Mbappé, que são tratados como fenômeno desde a adolescência e tiveram sucesso imediato assim que se profissionalizaram, o artilheiro e capitão inglês teve de lidar com muita desconfiança e incertezas antes de se tornar um dos atacantes mais respeitados e temidos do futebol mundial.

Logo aos oito anos, veio a primeira frustração. Após uma temporada de treinos nas categorias de base do Arsenal, Kane não foi considerado bom o suficiente para permanecer no clube e acabou dispensado.

Mesmo no Tottenham, clube que o acolheu no início da adolescência e onde permanece até hoje, o caminho não foi nada fácil.

Antes de ser realmente aproveitado na equipe londrina, o centroavante foi emprestado quatro vezes (Leyton Orient, Millwall, Norwich e Leicester) e teve de disputar a segunda e até a terceira divisão.

Em 2013, quando esteve cedido ao Leicester e jogou a Championship (segundona inglesa), Kane passou a maior parte do tempo como reserva e chegou a dividir banco com Jamie Vardy, atualmente seu companheiro de seleção.

Considerado desengonçado demais pela altura (1,88 m) e pouco peso que tinha na época (menos de 70 kg), o atacante só passou a ser utilizado com frequência no Tottenham na temporada seguinte devido ao fracasso de Roberto Soldado e Emmanuel Adebayor, principais referências ofensivas do time.

Mas bastou uma chance para Kane começar a virar o "Furacão". Nos últimos seis jogos da temporada 2013/14, marcou três gols e deu duas assistências. No ano seguinte, já brigou pela artilharia da Premier League e foi eleito o melhor jogador jovem da competição.

A primeira convocação para a seleção principal veio em março de 2015. O centroavante estreou na vitória por 4 a 0 sobre a Lituânia, pelas eliminatórias da Eurocopa, e já deixou sua marca. Foi o primeiro dos 18 gols marcados em 26 partidas pelo English Team.

Alçado ao posto de capitão da Inglaterra logo em sua primeira experiência no Mundial, Kane não tem decepcionado. Fez dois gols contra a Tunísia, três contra o Panamá e reclamou por ter sido poupado contra a Bélgica.

Uma trajetória digna de orgulhar seu maior ídolo e inspiração no esporte, o quarterback Tom Brady, cinco vezes campeão do Super Bowl, a final da NFL, a liga profissional de futebol americano.

"'The Brady Six' [documentário sobre o quarterback] me mostrou como ele foi subestimado no momento do draft. Mas ele trabalhou duro e acreditou em si mesmo, que é aquilo que eu tentei fazer em minha carreira. Quando eu era mais jovem, não era sempre que os outros acreditavam em mim, eles não acreditavam que eu chegaria onde estou agora,", disse Kane.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis