"Geração belga" já movimentou R$ 3,3 bilhões no Mercado da Bola
Rafael Reis
02/07/2018 04h00
A aclamada geração que recolocou a Bélgica no mapa do futebol mundial e transformou o país de 11 milhões de habitantes em uma das sensações da Copa-2018 já movimentou 741,2 milhões de euros (mais de R$ 3,3 bilhões) no Mercado da Bola.
Esse é o valor da soma de todas as transferências protagonizadas ao longo da carreira dos 23 jogadores que integram o elenco da seleção belga na Rússia-2018.
A equipe, que venceu os três jogos que disputou até o momento e teve a melhor campanha da fase de grupos da Copa, joga nesta segunda-feira contra o Japão, em Rostov, por vaga nas quartas de final.
Mas, antes mesmo de fazer sucesso nos gramados russos, a Bélgica já havia conquistado o reconhecimento do mercado internacional do futebol.
Não à toa, mais de metade (12) dos convocados pelo técnico espanhol Roberto Martínez para o Mundial atuam na primeira divisão inglesa, o campeonato nacional mais rico e badalado do planeta.
Esse é um dos motivos pelos quais os jogadores belgas ficaram tão caros. Só como comparação, o elenco inteiro da Espanha, campeã mundial de 2010, só movimentou até hoje 393,5 milhões (R$ 1,7 bilhão) em transferências.
O "rei do mercado" para os belgas é o centroavante Romelu Lukaku. O vice-artilheiro do Mundial, com quatro gols, já fez girar 138,6 milhões de euros (R$ 624 milhões) em trocas de clube.
O atacante de 25 anos começou a carreira no Anderlecht. Aos 18, foi contratado pelo Chelsea, onde praticamente não jogou. Em 2013, foi emprestado ao Everton, que posteriormente comprou seus direitos econômicos. Um ano atrás, acabou negociado com o Manchester United.
O meia Kevin de Bruyne, maestro da seleção, também cumpriu uma trajetória semelhante. Os 106,5 milhões de euros (quase R$ 480 milhões) que movimentou ao longo da carreira incluem uma transferência do Genk para o Chelsea, um empréstimo ao Werder Bremen, uma venda ao Wolfsburg e a transação com o Manchester City, clube que defende atualmente.
Mas nem só das libras do mercado inglês vive o futebol belga. Os "Diabos Vermelhos" também contam com dois jogadores que se renderam ás fortunas pagas pela China.
O meia Axel Witsel (Tianjin Quanjian) e o ala esquerdo Yannick Carrasco (Dalian Yifang), titulares da equipe na Copa, jogam no Oriente há menos de dois anos e estão entre os dez reforços internacionais mais caros da história do país.
E a conta belga tem tudo para crescer depois do Mundial. O goleiro Thibaut Courtois e o atacante Eden Hazard, ambos do Chelsea, fazem parte da lista de compras do Real Madrid para a próxima temporada.
Segundo o jornal espanhol "Marca", o atual tricampeão europeu planeja oferecer 35 milhões de euros (R$ 157 milhões) pelo arqueiro, que só tem mais um ano de contrato na Inglaterra, e 120 milhões de euros (R$ 540,4 milhões) pelo camisa 10, que se tornaria o jogador belga mais caro da história.
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Sobre o Autor
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.
Sobre o Blog
Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.