Afastado há um ano, meia-atacante recebeu R$ 20 mi do PSG para não jogar
Rafael Reis
29/03/2018 04h00
Nos últimos 12 meses, Hatem Ben Arfa recebeu do Paris Saint-Germain quase 5 milhões de euros (R$ 20,6 milhões). Sua contrapartida pelo salário milionário foi nenhum gol, nenhuma assistência e, o mais inacreditável, nenhum minuto de futebol.
Não, o meia-atacante de 31 anos não está se recuperando de nenhuma contusão grave, daquelas que fazem com que um jogador permaneça no departamento médico por meses e mais meses.
O camisa 21 do PSG é simplesmente um "fantasma" no elenco do técnico Unai Emery.
Ben Arfa não joga pelo líder do Campeonato Francês e sequer treina ao lado dos companheiros de time porque brigou com o treinador espanhol.
Jogador com longo histórico de problemas disciplinares por onde passou (Lyon, Olympique de Marselha, Newcastle, Hull City e Nice), ele disputou sua última partida oficial no dia 5 de abril de 2017 (goleada por 4 a 0 sobre o Avranches, pela Copa da França).
Quatro dias depois, ainda ficou no banco contra o Guingamp. Desde então, nunca mais foi sequer relacionado.
O conflito entre Ben Arfa e Emery é ainda mais antigo. Em 2016, o treinador reclamou do comportamento do jogador durante um treino: "Você não é Messi. Se fosse, não te repreenderia", disse.
Em setembro, o jogador chegou a denunciar o PSG à comissão jurídica da Liga Francesa Profissional (LFP), que organiza a Ligue 1, por considerar que estava sendo vítima de "métodos psicológicos" no clube.
Com salário mensal na casa de 400 mil euros (quase R$ 1,7 milhão), o meia-atacante ganha mais do que alguns jogadores que muitas vezes são titulares do PSG, como o goleiro Alphonse Aréola, o zagueiro Presnel Kimpembe e o lateral direito Thomas Meunier.
A situação incômoda fez a diretoria procurar Ben Arfa para discutir um possível acordo para saída.
Mas o meia-atacante não apenas rejeitou todas as oportunidades de transferência que lhe foram oferecidas, como, de acordo com a revista "France Football", pediu 10 milhões de euros (R$ 41,2 milhões) pela rescisão.
Como o PSG se recusou a pagar a multa solicitada, Ben Arfa cumprirá seu contrato até o fim. Até junho, ele continuará recebendo mensalmente seu salário para não jogar. Depois, vai seguir sua carreira em outro clube –Lyon, Leicester e Fenerbahce teriam interesse em sua contratação.
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Sobre o Autor
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.
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Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.