Seleção pode viajar até 10 mil km só na primeira fase da Copa
Rafael Reis
29/11/2017 04h00
O técnico Tite talvez não tenha uma preferência clara sobre quais equipes gostaria de enfrentar ou evitar na primeira fase da Copa do Mundo-2018. Mas um dos seus desejos para o sorteio desta sexta-feira é óbvio: passar longe do Grupo C.
Isso porque a seleção brasileira poderá ter de rodar quase 10 mil quilômetros Rússia adentro em um período de apenas dez dias caso fique com a vaga destinada ao cabeça de chave desse grupo (C1).
É essa a soma de todos os deslocamentos de avião (ida e volta) entre Sochi, escolhida pela CBF para abrigar a equipe pentacampeã mundial, e as três cidades que receberão os jogos da seleção favorita do Grupo C na primeira fase do mundo Mundial.
A maratona brasileira na etapa de grupos da Copa-2018 começaria em Kazan (3.030 km na soma dos dois trechos), passaria por Ekaterinburgo (4.154 km) e ficaria completa em Moscou (2.720 km).
Ou seja, apenas na parte inaugural do Mundial, a seleção faria seis viagens e acumularia 9.904 km de voo, mais ou menos a distância entre São Paulo e a capital da Grécia, Atenas.
Como comparação, três anos atrás, na Copa-2014, o Brasil viajou "somente" 6.970 km durante toda a primeira fase – ficou hospedado em Teresópolis (RJ) e atuou em São Paulo, Fortaleza e Brasília.
Uma opção para reduzir a maratona no Mundial do próximo ano seria abrir mão de retornar para Sochi, sua casa na Rússia, depois de cada partida e ir diretamente de uma cidade-sede para outra.
Nesse caso, a quilometragem brasileira na fase de grupos cairia para pouco mais de 5 mil km.
As proporções continentais da Rússia (e o desgaste provocado pelas longas viagens pelo país) são uma das principais preocupações das seleções que vão disputar a Copa.
Apesar de nenhuma cidade localizada na parte mais oriental do país ter sido escalada para receber partidas do Mundial, a distância entre as sedes da competição pode chegar a até os 2.500 km que separam Ekaterinburgo e Kaliningrado.
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Sobre o Autor
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.
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