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Meninos prodígio e brasileiro: nova geração terá missão de salvar a Itália

Rafael Reis

15/11/2017 04h00

Um grupo de garotos que mal chegou ao futebol profissional, mas já se acostumou a quebrar recordes, e, só para não perder o costume, mais reforço brasileiro. É sobre os ombros dessa geração que cairá a responsabilidade de tirar a seleção italiana da maior crise de sua história.

O vexame de não se classificar para uma Copa do Mundo pela primeira vez em 60 anos já começou a provocar mudanças radicais na Azzurra.

Logo após o empate sem gols com a Suécia, na última terça-feira, que decretou o fracasso italiano nas eliminatórias para o Mundial-2018, o goleiro Gianluigi Buffon, 39, o zagueiro Andrea Barzagli, 36, e o volante Daniele de Rossi, 34, anunciaram suas aposentadorias da seleção.

Além deles, o zagueiro Giorgio Chiellini, 33, colocou em dúvida sua permanência na equipe. Outros trintões do elenco italiano, como os meias Marco Parolo, 32, e Antonio Candreva, 30, também devem perder espaço nas próximas convocações.

Para o lugar desses veteranos, a Itália prepara uma geração que aprendeu desde cedo a lidar com os holofotes e que já começou a colocar seus nomes no livro dos recordes.

O nome mais conhecido dessa safra que tentará fazer com que a seleção tetracampeã mundial recupere o respeito dos seus adversários é Gianluigi Donnarumma.

Tratado pela imprensa italiana como fenômeno e apontado como "novo Buffon", o goleiro virou titular do Milan com apenas 16 anos e debutou na seleção principal com 17 anos e 28 dias, mais cedo do que qualquer outro jogador de sua posição na história da Itália.

Com 18 anos, Donnarumma já era o reserva imediato de Buffon e é a escolha óbvia para assumir a camisa 1 da Azzurra no próximo compromisso da equipe, contra a Argentina, em março de 2018.

Já Moise Kean, 17, ainda não está na seleção, mas certamente faz parte do futuro da Itália. O atacante de origem marfinense, que pertence à Juventus e está emprestado ao Hellas Verona, chamou atenção na temporada passada ao se tornar o primeiro jogador nascido nos anos 2000 a estrear na Liga dos Campeões e também a balançar as redes em uma das cinco principais ligas nacionais da Europa.

Ainda mais precoce que Kean é o também atacante Pietro Pellegri, 16. O adolescente do Genoa é simplesmente o atleta mais jovem da história a debutar na primeira divisão italiana (15 anos, nove meses e seis dias) e também a marcar na competição (16 anos, seis meses e quatro dias).

A safra de meninos prodígio da Itália conta ainda com Patrick Cutrone, centroavante de 19 anos que é simplesmente o maior artilheiro das categorias de base do Milan em todos os tempos. Em sua primeira temporada como profissional, o garoto já balançou as redes cinco vezes e chegou a disputar algumas partidas como titular.

Um pouco mais velho do que os jogadores citados acima, o lateral esquerdo brasileiro Emerson Palmieri, 23, também integra os planos de renovação da Azzurra. Revelado pelo Santos, o jogador chegou à Bota em 2014 e atualmente defende a Roma.

Palmieri integrou a seleção italiana de jovens durante a gestão Ventura e participou de vários treinos ao lado dos seus prováveis futuros companheiros e só não estreou pela equipe principal devido a uma lesão de joelho.

É nessa geração, aliada a remanescentes do fracasso nas eliminatórias da Copa-2018, como Marco Verratti, Jorginho e Ciro Immobile, que a Itália aposta para recuperar no futuro o posto que sempre foi o seu: o de uma das seleções mais admiradas e temidas do futebol mundial.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis