Por onde andam os jogadores do Milan de 1990, último bicampeão europeu?
Rafael Reis
11/05/2017 04h30
Classificado para a decisão da Liga dos Campeões da Europa depois de vencer o dérbi contra o Atlético de Madri, o Real Madrid terá a chance de fazer história mais uma vez no dia 3 de junho, em Cardiff (País de Gales).
Caso derrote a Juventus, o clube espanhol será o primeiro time a conquistar duas edições consecutivas do principal torneio interclubes do planeta em quase três décadas.
A última equipe a alcançar esse feito foi o Milan, bicampeão europeu em 1989, quando goleou por 4 a 0 o Steaua Bucareste na decisão, e 1990, com um magro 1 a 0 sobre o Benfica. Na ocasião, o torneio tinha outro nome (Taça dos Campeões da Europa) e não tinha o atual formato com fase de grupos.
Vinte e sete anos depois do confronto com a equipe portuguesa, o que estão fazendo da vida os jogadores responsáveis por esse feito histórico do Milan, uma marca tão duradoura que só agora algum outro clube poderá igualar?
POR ONDE ANDA – MILAN (1990)?
Giovanni Galli (59 anos) – Goleiro reserva da Itália na conquista do título mundial de 1982, o goleiro encerrou a carreira em 1996 e chegou a trabalhar como comentarista de futebol. Em 2007, teve uma experiência de dois meses como diretor de futebol do Hellas Verona. Desde 2009, dedica-se à carreira política. Galli chegou a se candidatar à prefeitura de Florença, mas ficou na segunda colocação.
Mauro Tassotti (57 anos) – Sempre lembrado por ter sido o autor da cotovelada que quebrou o nariz de Luis Enrique durante a partida entre Itália e Espanha na Copa do Mundo-1994, o ex-lateral direito passou por várias funções no Milan desde a aposentadoria, em 1997. Tassotti trabalhou nas categorias de base, foi olheiro, assistente-técnico e até treinador da equipe principal. No ano passado, aceitou convite de Andriy Shevchenko para ser seu auxiliar na seleção da Ucrânia.
Alessandro Costacurta (51 anos) – Zagueiro com quase 500 partidas pelo Milan, conquistou nada menos do que cinco títulos europeus pelo clube italiano. Após pendurar as chuteiras, em 2007, foi auxiliar de Carlo Ancelotti, um dos seus ex-companheiros na equipe campeã continental em 1990. Também trabalhou como treinador do Mantova, clube nanico que hoje disputa a terceira divisão italiana.
Franco Baresi (57 anos) – Uma lenda do Milan e do futebol italiano, Baresi vestiu a camisa rossonera durante todos os 20 anos de sua carreira como jogador profissional. Aposentado desde 1997, chegou a trabalhar durante seis anos nas categorias de base do clube que o projetou. Sua única experiência fora do Milan foram os dois meses em que atuou como diretor de futebol do Fulham em 2002.
Paolo Maldini (48 anos) – Caçula da equipe bicampeã europeia em 1990, trocou posteriormente a lateral esquerda pelo miolo de zaga e se transformou no melhor zagueiro de sua geração. Deixou o Milan (e o futebol) em 2009, quando estava prestes a completar 41 anos. Desde então, faz questão de repetir que não pretende trabalhar como técnico e nem voltar ao clube para ocupar algum cargo gerencial ou executivo.
Frank Rijkaard (54 anos) – Autor do gol da final europeia contra o Benfica, o ex-meia holandês teve um início promissor de carreira como técnico. Depois de dirigir a seleção holandesa e de uma passagem pelo Sparta Rotterdam, trabalhou por cinco anos no Barcelona, onde lançou Messi no time principal, vivenciou o auge de Ronaldinho e conquistou a Liga dos Campeões de 2006. Desde a saída da Catalunha, no entanto, Rijkaard entrou em declínio. Seu último trabalho foi na seleção de Arábia Saudita, em 2013. Recentemente, voltou ao noticiário por se oferecer para treinar a Tailândia.
Carlo Ancelotti (57 anos) – De todos os jogadores que fizeram parte do elenco do Milan bicampeão europeu, é o que obteve maior sucesso depois da aposentadoria. Ancelotti é técnico desde 1995, passou por boa parte dos maiores clubes do mundo, como Milan, Juventus, Chelsea, PSG e Real Madrid, foi campeão italiano, inglês, francês e alemão. E, claro, conquistou três títulos da Liga dos Campeões como treinador. Atualmente, dirige o Bayern de Munique.
Angelo Colombo (56 anos) – Coadjuvante em uma equipe de tantas estrelas, o meia direita defendeu o Milan entre 1987 e 1990 e jamais atuou pela seleção italiana. Após a aposentadoria, em 2005, Colombo trabalhou nas categorias de base e como olheiro do Milan. O ex-jogador também tentou uma carreira de treinador, mas passou apenas por equipes de divisões interiores da Itália.
Alberigo Evani (54 anos) – Meia de pouca estatura, mas muita velocidade, fez parte do elenco italiano vice-campeão mundial em 1994. Após pendurar as chuteiras, em 1999, passou a se dedicar às categorias de base. Evani trabalhou com garotos de 16 e 17 anos no Milan. Desde 2010, é funcionário da Federação Italiana de Futebol. Começou comandando a seleção sub-18 e hoje dirige a equipe sub-20 que irá disputar o Mundial da categoria, no fim do mês.
Ruud Gullit (54 anos) – O camisa 10 do Milan de 1990 nunca conseguiu repetir como treinador nem metade do sucesso que teve como jogador de futebol. Gullit treinou Chelsea, Newcastle, Feyenoord, Los Angeles Galaxy e Terek Grozny, da Rússia, mas não foi além da conquista da Copa da Inglaterra de 1997. Hoje, é auxiliar de Dick Advocaat na seleção da Holanda.
Marco van Basten (52 anos) – Talvez a principal estrela do time italiano entre o fim da década de 1980 e o começo dos anos 1990, o centroavante chegou a dirigir a Holanda na Copa do Mundo de 2006 e também treinou Ajax, Heerenveen e AZ Alkmaar. No ano passado, foi contratado pela Fifa para ser diretor de desenvolvimento técnico da entidade. Entre suas primeiras propostas estão o fim do impedimento e a substituição do cartão amarelo por exclusões de jogador por um determinado período de tempo da partida.
Filippo Galli (53 anos) – Um dos reservas utilizados por Arrigo Sacchi na final, trabalha no Milan desde que abandou a carreira de jogador profissional, em 2004. Galli foi treinador das categorias de base e auxiliar de Leonardo e Carlo Ancelotti na equipe principal. Desde 2009, é coordenador da formação de jogadores do clube.
Daniele Massaro (55 anos) – O ex-atacante, que perdeu um dos pênaltis da Itália na final da Copa do Mundo de 1994, é um esportista nato. Depois de encerrar a carreira, jogou pela seleção italiana de futebol de areia, disputou competições de golfe e disputou duas vezes o Campeonato Mundial de rali. Além disso tudo, Massaro ainda encontra tempo para ser relações públicas do Milan.
Arrigo Sacchi (71 anos) – Técnico da moda no futebol mundial nas décadas de 1980 e 1990, foi eleito um dos dez maiores treinadores da história europeia pela Uefa. Dirigiu a Itália na Copa do Mundo-1994 e também teve passagens por Atlético de Madri e Parma. Está aposentado desde 2005, quando deixou o cargo de diretor de futebol do Real Madrid. Hoje, roda o mundo dando palestras e influenciando jovens treinadores.
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Sobre o Autor
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.
Sobre o Blog
Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.