Diego Alves não quer ser "só" o goleiro que pega pênaltis e mira seleção
Rafael Reis
07/04/2017 04h00
"Não coloquem a fama de pegador de pênaltis acima do meu trabalho como goleiro."
É assim que Diego Alves, 31, reage quando questionado sobre sua mais impressionante estatística.
O goleiro brasileiro do Valencia é o recordista em pênaltis defendidos da história do Campeonato Espanhol: 21. Desde que chegou ao Valencia, em 2011, pouco mais de 50% das cobranças contra ele viraram gols.
Griezmann, Cristiano Ronaldo e Messi estão entre os figurões do futebol mundial que já esbarraram nele.
"É só uma característica, não chega a ser um cartão de visitas, como as cobranças de falta são para Cristiano Ronaldo e Messi. Para se analisar um goleiro, é preciso olhar para toda a história dele, não só para uma temporada", afirma, por telefone.
O ex-jogador do Atlético-MG, que se mudou para a Espanha há dez anos e atuou por quatro temporadas no Almería até desembarcar no Valencia, definitivamente não quer ser conhecido apenas como o "milagreiro dos pênaltis".
Uma das razões é por saber que só esse rótulo não será suficiente para devolvê-lo às convocações da seleção.
Diego Alves não esconde de ninguém que pretende voltar a defender a meta do Brasil, como em 2012, quando foi titular no final da gestão Mano Menezes, e em dois amistosos do início da segunda passagem de Dunga, em 2014. No ano passado, foi convocado para a Copa América Centenário, mas não saiu do banco.
E ele está ciente de que há muitos torcedores que também desejam vê-lo em breve outra vez na seleção.
"Sei que minha possível convocação gera muito debate, e isso muitas vezes vem da própria imprensa. Mas essa chance depende do que eu apresentar no clube. O trabalho vem sendo feito da melhor maneira possível. Só tenho que esperar o momento certo".
O goleiro do Valencia ainda evita críticas a Tite por dar a titularidade da meta da seleção a um arqueiro que é reserva em seu clube. Alisson só disputou 15 jogos na temporada pela Roma e ainda não saiu banco nas partidas do Campeonato Italiano.
"Essa situação depende do treinador, da confiança que ele tem ou não em um determinado jogador. E isso você precisa respeitar. É a opinião do técnico. O que costumo dizer é que, técnica e psicologicamente, estou mais preparado do que nunca", completa.
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Sobre o Autor
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.
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Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.