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50% brasileiro, zagueiro da Suíça morou no Rio em busca de "malandragem"

Rafael Reis

25/03/2017 04h00

Novidade da seleção suíça, uma das três com 100% de aproveitamento nas eliminatórias europeias da Copa do Mundo, o zagueiro Léo Lacroix, 25, do Saint-Étienne (FRA), fez questão de fazer um estágio no Brasil para completar sua formação como jogador de futebol.

Nascido em Lausanne e fruto do casamento de um suíço com uma brasileira, o garoto cruzou o Oceano Atlântico para morar com a avó no Rio de Janeiro quando tinha 17 anos e atuou por seis meses nas categorias de base do São Cristóvão, clube que revelou Ronaldo Fenômeno.

O objetivo: aprender a tradicional malandragem carioca e levá-la para os gramados suíços.

"Foi um grande aprendizado para mim. Acabou me ajudando muito porque os jogadores brasileiros são muito bons tecnicamente. Sou grandão e tive de melhorar minha velocidade e ganhar a malandragem para conseguir marcá-los. Hoje em dia, quando vejo um atacante sul-americano pela frente, já sei que tenho que chegar nele de uma forma diferente", afirmou.

Lacroix fala um português perfeito. Um leve sotaque é o único ponto que denuncia sua origem multinacional. Desde criança, o zagueiro da seleção suíça sempre fez questão de viver no meio da comunidade brasileira.

"Gosto de casa cheia, churrasco, zoeira, brincar, ficar em família, ouvir um pagodinho. Tudo que o povo brasileiro tem eu gosto. Sou apaixonado por esse país", conta o defensor, que é casado com uma brasileira e faz questão de visitar o Rio anualmente.

No futebol, Lacroix também não faz questão nenhuma de esconder sua paixão pelo Brasil.

"Quando nasci, minha mãe já foi logo me vestindo com uma camisa do Flamengo. Na Copa de 1998, chorei com a derrota da seleção na final. E, em 2002, fiz uma festa enorme na Suíça", relembra.

Torcedor das "duas seleções", como gosta de frisar, o zagueiro sonha com um confronto entre suíços e brasileiros na Copa do Mundo de 2018. De preferência, com ele dentro de campo.

"Seria muito emocionante, um sonho realizado. Na verdade, já estou realizando meu sonho. Virar jogador profissional é muito difícil. Chegar à seleção é mais complicado ainda. Agora, estamos batalhando para disputar a Copa."

Revelado nas categorias de base do Sion, Lacroix defendeu o clube suíço até 2016, quando foi negociado com o Saint-Étienne.

Titular de um dos clubes mais tradicionais da França, foi convocado pela primeira vez para a seleção principal em outubro do ano passado e, apesar de ainda não ter estreado, não saiu mais da lista do técnico Vladimir Petkovic.

A Suíça disputou as três últimas edições da Copa do Mundo e chegou às oitavas de final em 2014. Nas eliminatórias para o Mundial da Rússia, venceu as primeiras quatro partidas que disputou e lidera o Grupo B, o mesmo de Portugal, atual campeão europeu.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis