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Dependência? Como o Real "ignora" a seca de gols de CR7 na Champions

Rafael Reis

16/02/2017 04h00

O Real Madrid derrotou o Napoli por 3 a 1 na primeira partida das oitavas de final da Liga dos Campeões. Benzema, Kroos e Casemiro marcaram os gols da vitória, o que talvez faça os mais desaviados perguntarem: Cristiano Ronaldo não jogou?

Jogou sim, mas passou em branco… como aconteceu, aliás, em cinco das sete partidas disputadas pelo português nesta edição da Champions.

Problema para Zinedine Zidane? Que nada. Pelo menos na competição europeia, a equipe espanhola nunca dependeu tão pouco do faro artilheiro do seu principal jogador.

Dos 19 gols anotados pelo atual campeão europeu no torneio desta temporada, só dois saíram dos pés do melhor jogador do mundo. Isso representa apenas 10,5% do total, a menor taxa de dependência de toda a "era CR7" no Real.

Desde que desembarcou na Espanha, em 2009, Cristiano Ronaldo sempre foi responsável por pelo menos 25% dos gols marcados pelos galácticos nas sete primeiras apresentações de cada edição do principal torneio interclubes do planeta.

Na temporada passada, essa dependência chegou à incrível marca de 57,1%. Na ocasião, o português anotou 12 dos primeiros 21 gols do Real na Liga dos Campeões. Ou seja, mais da metade do total de comemorações da equipe branca tiveram assinatura do craque.

Foi graças a essa fúria artilheira que Cristiano Ronaldo se tornou o maior artilheiro da história da Champions. O camisa 7 já marcou ao longo da carreira 95 gols no torneio continental, dois a mais do que Lionel Messi, seu tradicional arquirrival e segundo colocado no ranking.

Mas se a tradicional maior fonte de gols do Real secou, como o time espanhol está se virando para balançar as redes na Liga dos Campeões 2016/17?

A resposta não está na descoberta de um novo artilheiro, capaz de substituir tudo aquilo que CR7 fazia. Mas sim, na pulverização dos gols.

Até o momento, dez jogadores do Real já marcaram nesta edição da Champions: Morata, Varane, Bale, Asensio, Lucas Vázquez, Benzema, Kovacic, Kroos, Casemiro e, claro, o astro português.

Na temporada anterior, quando a dependência de CR7 atingiu nível recorde, só sete atletas que vestiam branco haviam balançado as redes nesta altura da competição: Benzema, Nacho, Modric, Carvajal, Kovacic, Jesé e ele.

Um time cada vez menos dependente do seu maior astro e cada vez mais solidário. Eis o Real Madrid que sonha com o segundo título consecutivo na Liga dos Campeões.

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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis