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Adeus: Um terço dos brasileiros que jogaram na China em 2016 já foi embora

Rafael Reis

25/01/2017 04h00

Praticamente um terço dos jogadores brasileiros que atuaram na China no ano passado já fizeram as malas de volta e deixaram o mercado que se tornou a novo Eldorado do futebol mundial.

De acordo com levantamento feito pelo blog, dos 43 atletas brasileiros que defenderam times da primeira ou da segunda divisões chineses em 2016, 14 já romperam vínculo por lá e estão desempregados ou assinaram com equipes de outras partes do mundo.

Alguns deles se tornaram reforços importantes dos clubes brasileiros nesta janela de transferências, como o meia Wagner (Vasco) e o atacante Jô (Corinthians). Outros, caso de Jadson, caminham para seguir o mesmo caminho.

A lista de brasileiros que abandonaram o futebol chinês ainda pode crescer nos próximos dias, já que o São Paulo negocia a contratação do volante Jucilei (Shandong Luneng).

Além dos brasileiros nativos, jogadores de outras nacionalidades que fizeram carreira por aqui também decidiram abandonar o futebol chinês em 2017.

São os casos dos argentinos Montillo e Conca, que assinaram com Botafogo e Flamengo, respectivamente. Já o boliviano Marcelo Moreno, ainda vinculado ao Changchun Yatai, negociou um retorno para o Cruzeiro, mas pode se mandar para a Turquia.

A debandada de brasileiros tem algumas explicações.

A principal é o rápido enriquecimento dos clubes chineses. Cada vez mais endinheirados, os times do gigante asiático têm conseguido atrair jogadores mais caros e supostamente superiores tecnicamente aos que já estavam por lá.

Com isso, acaba acontecendo uma substituição natural. Enquanto Wagner e Jô vão embora, chegam Oscar, meia brasileiro contratado do Chelsea, e a estrela argentina Carlos Tevez, que deixou o Boca Juniors. Nomes ainda maiores, como Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, já são cogitados.

Os próprios Wagner e Jô ficaram encostados durante todo o segundo semestre do ano passado porque seus clubes decidiram substitui-los por reforços vindos de outros cantos do mundo.

Além disso, as novas regras de utilização de jogadores estrangeiros na China complicaram a vida dos jogadores que não são as principais (e mais caras) estrelas dos clubes que defendem.

A partir desta temporada, cada clube chinês só pode ter três gringos em campo simultaneamente (e cinco no elenco). Antes, era possível escalar três estrangeiros de qualquer parte do mundo e mais um asiático. Jucilei, por exemplo, tem passaporte palestino, o que o encaixava nessa cota.

Para completar a lista de razões para a debandada, há ainda a reconhecida dificuldade de adaptação a um país com cultura e costumes tão diferentes daqueles a quais os brasileiros estão habituados e a longa distância para casa, que não possibilita passeios curtos à terra-natal durante a temporada.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis