Banco, Alisson ainda espera estreia no Italiano e revive saga de Taffarel
Rafael Reis
16/12/2016 06h00
Duas décadas depois de Taffarel ter vaga cativa como titular da seleção brasileira, mesmo sendo reserva no futebol italiano, e sofrer com críticas por isso, um outro goleiro gaúcho revelado pelo Internacional passa pela mesma situação.
Na Roma desde o início da temporada, Alisson espera há quatro meses por sua estreia no Campeonato Italiano.
Já são 16 rodadas consecutivas sentado no banco de reservas, à espera que o atual dono da posição, o polonês Wojciech Szczesny, dê uma brecha para que ele faça sua primeira partida na Serie A.
O brasileiro só não está completamente afastado da equipe titular porque o técnico Luciano Spalletti tem aproveitado a Liga Europa para lhe dar ritmo de jogo.
Alisson atuou nas seis partidas da Roma na fase de grupos da competição europeia e também no primeiro jogo do confronto com o Porto dos playoffs da Liga dos Campeões da Europa. Até agora, sofreu oito gols.
Curiosamente, sua média é muito semelhante à de Szczesny. Enquanto o brasileiro sofreu 1,14 gol por partida na temporada, o polonês foi vazado 1,11 vez por jogo que disputou.
O gaúcho foi contratado pela Roma no início de 2016 por 6 milhões de euros (pouco mais de R$ 21 milhões), mas só se transferiu para a Europa no meio do ano.
Nesse meio tempo, a equipe da capital italiana decidiu renovar por mais uma temporada o empréstimo de Szczesny, goleiro vinculado ao Arsenal, relegando o brasileiro à reserva.
"Gostaria de jogar todas as partidas, pode ter certeza disso. Estou trabalhando para isso, mas estou dando meu máximo nos poucos que estou jogando. Acredito que não venha sendo um problema para mim. Dentro de campo tenho me sentido confiante. Acredito que isso é mais importante que o número de jogos", disse Alisson, em novembro.
Apesar da reserva na Roma, Tite tem feito questão de mantê-lo como titular do gol da seleção. O gaúcho atuou em todas as seis partidas do Brasil sob comando do ex-treinador do Corinthians.
Curiosamente, seu preparador de goleiros na seleção é Taffarel, que viveu situação semelhante antes da Copa do Mundo-1994. Relegado ao banco no Parma, ele acabou emprestado à Reggiana para não correr risco de perder sua vaga na equipe que conquistaria o tetracampeonato mundial.
Por enquanto, Alisson não cogita trilhar o mesmo caminho. Estrear na Série A pode ser apenas uma questão de espera. De quanto tempo? Difícil saber.
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Sobre o Autor
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.
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Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.