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Fifa quer que jogadores usem GPS no uniforme para denunciar impedimento

Rafael Reis

24/11/2016 06h00

Parece que o uso de tecnologia para auxiliar a arbitragem veio mesmo para ficar no futebol.

Depois da aprovação do sistema que detecta se a bola atravessou a linha do gol e dos testes com replay de jogadas polêmicas, a Fifa pode lançar em breve um mecanismo para ajudar os auxiliares a não errarem nos impedimentos.

A ideia foi levantada pelo próprio presidente da instituição, o suíço Gianni Infantino, em entrevista ao jornal francês "Le Parisien".

"Hoje, contamos com sistemas de GPS perfeitamente confiáveis. É algo que poderia nos ajudar", afirmou o ex-secretário-geral da Uefa, que ocupa o cargo máximo do futebol mundial desde fevereiro.

Infantino não deu mais detalhes sobre a proposta, mas ela não é de difícil explicação.

Se um jogador carregar um GPS em seu uniforme, passa a ser possível determinar a posição exata que ele ocupa no gramado em um momento específico. Cruzando esse dado com a dos outros atletas espalhados pelo campo, fica fácil decretar se ele está ou não em situação de impedimento.

A maior parte dos clubes de primeiro, segundo e até mesmo terceiro escalão do futebol mundial já usam sistemas similares para abastecerem seus bancos de dados com informações sobre a performance dos seus atletas (quanto correu, para onde correu, a velocidade máxima alcançada) durante a partida.

Lembra daquela espécie de sutiã usado por Ibrahimovic e também por jogadores do Palmeiras no começo do ano? Aquilo era um GPS que gerava dados como os citados acima.

Outros clubes optam por instalar GPS na cueca dos seus atletas, afinal, trata-se de um poucos espaços do uniforme que não correm risco de ser danificados pelos carrinhos e agarrões dos adversários.

Ou seja, se a tecnologia já está disponível e é utilizada em larga escala, pelo menos nas ligas mais fortes economicamente, a tarefa da Fifa não é tão complicada assim. Basta uniformizar o sistema e receber o sinal desses chips para determinar se há ou não impedimento.

Por ser uma ideia exposta a público apenas agora por Infantino, não há prazo para o início dos testes e nem certeza se o projeto sairá do papel.

Mas vale lembrar que as outras tecnologias que foram inseridas no cotidiano do futebol também nasceram assim e apareceram pela primeira em entrevistas ou discursos do antecessor do suíço, Joseph Blatter.

O sistema que detecta se a bola ultrapassou a linha do gol já foi utilizado na última Copa do Mundo e hoje faz parte de arbitragem dos campeonatos Inglês e Alemão, por exemplo. Só não se espalhou ainda pelo planeta todo devido ao alto custo de sua implantação e manutenção.

Já o uso do replay pelos árbitros em lances polêmicos ainda está engantinhando. A tecnologia foi testada em algumas partidas da Copa da Holanda e, recentemente, no amistoso entre Itália e Alemanha.

"Espero que tenhamos a arbitragem com vídeo na Copa de 2018. Era um assunto bastante complicado, porque temíamos que ela prejudicasse a fluidez do jogo. Mas, nos testes que fizemos, isso não aconteceu."


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis