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Como Felipão ajudou a formar seleção sensação das eliminatórias

Rafael Reis

05/10/2016 06h00

A seleção que se tornou a sensação das eliminatórias da Copa do Mundo-2018 possui um toque brasileiro.

Não que o Uzbequistão, time que lidera seu grupo no qualificatório asiático e venceu 12 dos últimos 13 jogos que disputou, tenha naturalizado representantes do futebol pentacampeão mundial ou possua uma comissão técnica brazuca.

Mas oito dos jogadores que vem sendo convocados pelo técnico Samvel Babayan, inclusive quatro titulares, já passaram pelas mãos de Luiz Felipe Scolari.

Felipão foi a jogada mais ambiciosa dos uzbeques para revolucionar o futebol local e elevar o nível da modalidade na ex-república soviética.

Logo depois de deixar o Chelsea, em 2009, dirigiu por uma temporada o Bunyodkor, endinheirado clube ligado a magnatas do setor petrolífero, que lhe transformou em um dos treinadores mais bem pagos do mundo na época.

Lá, o técnico do comandante do pentacampeonato mundial do Brasil deu sequência ao trabalho de Zico, reencontrou Rivaldo e começou a formar a base da seleção que caminha para colocar o Uzbequistão pela primeira vez em uma Copa.

Atual camisa 10 da sensação asiática, o meia Sardor Rashidov foi lançado na equipe principal do Bunyodkor por Felipão. O meia Server Djeparov, com quem divide a criação das jogada, era homem de confiança do técnico brasileiro sete anos atrás.

Separada da União Soviética desde 1991, o Uzbequistão é das seleções asiáticas que mais cresceram nos últimos 15 anos e tem visto a inédita classificação para a Copa bater na trave.

Em 2006, perdeu para o Bahrein o direito de disputar uma vaga na repescagem contra Trinidad e Tobago. Oito anos depois, ficou a dois gols de roubar a classificação da Coreia do Sul e foi novamente derrotada na repescagem asiática.

Agora, tudo indica que a história possa ser diferente. Os uzbeques bateram Síria e Qatar na primeira rodada dupla da fase final das eliminatórias, em setembro, e largaram na frente de Irã e Coreia do Sul, as duas potências da chave, que tropeçaram contra equipes mais fracas e somam quatro pontos cada.

Somente os dois primeiros colocados de cada grupo do qualificatório asiático conquistam vaga direta na Copa. Os terceiros das duas chaves se enfrentam para definir quem enfrenta uma seleção da Concacaf na repescagem.

O Uzbequistão defende a liderança do Grupo A nesta quinta-feira, contra o Irã, em casa. Na terça, sua adversária é a China.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis