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Multinacional: 16% dos inscritos na Copa América já jogaram no Brasil

Rafael Reis

03/06/2016 12h00

A Copa América Centenário começa nesta sexta-feira, nos Estados Unidos, com uma certa cara de Campeonato Brasileiro.

Pouco mais de 16% dos 368 jogadores inscritos na competição continental atuam ou passaram pelo futebol pentacampeão mundial em algum momento de suas carreiras.

São 60 atletas espalhados por 11 das 16 seleções que buscam o título da edição comemorativa dos 100 anos da Copa América.

Apenas EUA, México, Costa Rica, Jamaica e Haiti não contam com nenhum jogador que atuou no Brasil.

Com exceção do time de Dunga, a seleção que mais conta com "brasileiros" é o Chile. Sete dos 23 convocados pelo técnico Juan Antonio Pizzi jogam ou jogaram por aqui.

Além de Mena, que já passou por Santos e Cruzeiro e atualmente defende o São Paulo, também atuaram no país Pinilla (Vasco), Vargas (Grêmio), Mark González (Sport), Aránguiz (Internacional), Beausejour (Grêmio) e Johnny Herrera (Corinthians).

Apesar da quantidade, poucos são os estrangeiros da Copa América que construíram uma carreira de sucesso no futebol brasileiro.

A maior parte passou quase desapercebida por aqui, caso do goleiro paraguaio Antony Silva, que disputou o Campeonato Paulista de 2009 pelo Marília, do arqueiro peruano Pedro Gallese, de rápida passagem pelo Atlético-MG, e do meia-atacante boliviano Jhasmani Campos, que atuou nas categorias de base do Grêmio.

Poucos são os casos como o do volante argentino Javier Mascherano, campeão brasileiro pelo Corinthians em 2005 antes de se transferir para a Europa e construir uma carreira de sucesso no Liverpool e no Barcelona.

Há ainda aqueles que ainda nem estrearam no futebol brasileiro.

O zagueiro colombiano Yerri Mina é um deles. Contratado do Independiente Santa Fé, ele só debutará pelo Palmeiras depois de sua participação na Copa América.

Também ex-jogador da equipe colombiana, o meia venezuelano Luis Manuel Seijas é protagonista de um caso semelhante. Seu destino após a competição será o Internacional.

O número elevado de inscritos na Copa América que passaram pelo Brasil comprova como o futebol nacional se abriu para estrangeiros no último ano.

Com uma nítida vantagem financeira sobre os vizinhos do continente, os clubes do país passaram a buscar no mercado externo jogadores de qualidade e mais baratos do que o pé de obra nacional.

O Campeonato Brasileiro-2016 começou com 57 estrangeiros de 12 países diferentes. Ao longo do ano, com o andamento do mercado, é provável que bata o recorde de 65 gringos estabelecido em 2014.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis