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Novo brasileiro da seleção italiana é sucessor de Xavi como "Rei do Passe"

Rafael Reis

21/03/2016 14h47

Convocado pela primeira vez para defender a seleção da Itália, o volante brasileiro Jorginho, 24, que defende o Napoli há duas temporadas, é o maior passador do futebol europeu na atualidade.

O catarinense de Imbituba (a 90 km de Florianópolis) é o jogador das cinco principais ligas nacionais do Velho Continente (Inglês, Espanhol, Alemão, Italiano e Francês) que mais passes deu para seus companheiros nesta temporada.

De acordo com dados do "Who Scored?", site especializado em estatísticas do futebol, Jorginho distribui em média 104,2 passes por partida no Calcio.

O segundo colocado nesse ranking europeu é o também brasileiro naturalizado Thiago Motta, do PSG, com 94,4 passes. E o terceiro é o espanhol Xabi Alonso, do Bayern, com 92,2 toques.

A tranquila vantagem de Jorginho na dianteira da lista tem uma explicação. Seu número de passes por jogo é compatível ao do auge do espanhol Xavi, maior referência no fundamento passe no futebol mundial das últimas décadas.

O ex-jogador do Barcelona chegou a ter uma média de 110 passes por partida no Espanhol 2010/11. Em todas as outras temporadas, a quantidade de toques sempre ficou abaixo da marca atual do ítalo-brasileiro.

Mas você pode argumentar que o número de passes não faz de um jogador necessariamente um grande passador, apenas alguém que é bastante procurado em campo por seus companheiros.

Só que o acerto de passes de Jorginho também é exemplar. O volante acerta em média 90,8% dos passes que tenta e possui o segundo melhor aproveitamento do Campeonato Italiano. Só perde para o francês Vainqueur, da Roma, que tem 92,4% de acerto.

Descendente de italianos, o jogador nunca atuou no futebol brasileiro. Ele se mudou para a Europa ainda na adolescência e atuou nas categorias de base do Verona, clube em que se profissionalizou, em 2010, e onde se destacou.

Em 2014, foi contratado por 9,5 milhões de euros (R$ 38,7 milhões, na cotação atual) e logo se tornou um pilar do meio-campo do Napoli, vice-líder do Italiano, com três pontos de desvantagem para a Juventus.

Convocado junto com os também brasileiros Thiago Motta e Éder para defender a Itália nos amistosos contra Espanha e Alemanha, preparatórios para a Eurocopa, Jorginho ainda pode ser resgatado pela seleção.

O volante só deixará de ser apto a defender o Brasil depois de disputar uma partida de competição pela Azzurra, ou seja, se atuar na Euro ou nas eliminatórias da Copa-2018.

Até lá, Dunga ainda pode convencê-lo a voltar atrás na decisão. Principalmente, se quiser melhorar o passe da seleção brasileira.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis