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Soberba brasileira na Libertadores não faz mais nenhum sentido

Rafael Reis

12/03/2016 08h00

Com 45 dos 96 jogos da fase de grupos da Libertadores, apenas um dos cinco (Atlético-MG) clubes brasileiros ocupa a liderança de sua chave.

É verdade também que só o São Paulo está neste momento fora da zona de classificação para as oitavas de final.

Mas a semana sem vitórias do futebol brasileiro nos gramados sul-americanos, com três empates e duas derrotas, têm muito a ensinar.

Já passou da hora de nossos clubes, torcedores, técnicos, jornalistas e jogadores deixarem de olhar a Libertadores com aquele ar de superioridade.

Na fase atual, as equipes brasileiras não são melhores que as argentinas, mexicanas, colombianas, paraguaias ou uruguaias. E mesmo a distância para as bolivianas, chilenas, equatorianas, peruanas e venezuelanas só diminui.

Continuam sendo mais ricas que a média da América do Sul. Ou seja, são capazes de contratar jogadores mais caros. Mas, em compensação, não alcançam a média dos adversários no quesito tático.

É só ver a derrota em casa do Palmeiras para o Nacional (URU) na quarta. Como pode um time que sufoca seu adversário ter como única opção o chuveirinho e não conseguir ficar com um rebote da defesa? O nome disso é inferioridade tática.

Ou o vexame histórico sofrido pelo São Paulo na primeira rodada do Grupo 1, quando perdeu em casa para o boliviano Strongest, que não vencia como visitante há 34 anos.

Não à toa, o Brasil foi um mero figurante nas duas últimas edições da Libertadores. Em 2014, não foi além das quartas. Já no ano passado, colocou só um time (Inter) na semifinal.

Mesmo os últimos anos da absurda sequência de quatro títulos e nove decisões consecutivas estabelecida pelos clubes do país já haviam sido enganadores.

O Atlético-MG venceu em 2013, mas a maior parte dos brasileiros parou nas oitavas daquela edição. E em 2011, o campeão Santos representou sozinho o futebol pentacampeão mundial a partir das quartas.

Acabar com a soberba e aceitar que está no mesmo nível dos outros é o primeiro passo que os brasileiros têm de dar para voltar ao caminho das glórias na Libertadores.

E o segundo, a gente sabe muito desde o 7 a 1…


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis