O tailandês Vichai Srivaddhanaprabha, dono do Leicester, pode até ter montado o time mais surpreendente do futebol europeu nos últimos anos. Mas o esporte que ele gosta mesmo é outro.

O magnata de 58 anos é apaixonado pelo polo.

Para quem não sabe: trata-se daquela modalidade com dinâmica semelhante à do futebol, mas disputada por atletas montados em cavalos. É um esporte famoso por ser exclusividade de gente rica, muito rica.

Gente do porte dos príncipes Charles e William, herdeiros do trono do Reino Unido, com quem Srivaddhanaprabha já andou disputando umas partidinhas.

Foi graças ao polo, aliás, que o empresário entrou no mundo do esporte.

Dono de uma empresa que administra free shops em aeroportos da Tailândia inteira e com uma fortuna estimada em quase US$ 3 bilhões (aproximadamente R$ 12 bilhões), Srivaddhanaprabha fundou em 1998 a Associação Tailandesa de Polo.

Dez anos depois, já morando na Inglaterra, assumiu a presidência de um dos mais tradicionais clubes de polo do Reino Unido, o quase centenário Ham Polo Club.

Foi durante seu mandato no clube que apareceu a oportunidade de investir no futebol.

Em 2010, um consórcio liderado pelo King Power, a empresa de Srivaddhanaprabha, comprou o Leicester, que acabara de ser promovido para a segunda divisão inglesa.

Apesar de ser o nono homem mais rico da Tailândia, de acordo com a revista "Forbes", o magnata dos free shops e entusiasta do polo não saiu gastando como um louco no futebol.

Em seis anos à frente dos "Foxes", Srivaddhanaprabha investiu apenas 86,5 milhões de libras (R$ 478 milhões) em contratações.

Para os padrões da Premier League, praticamente uma ninharia. No mesmo período, o Manchester City torrou 568,4 milhões de libras (R$ 3,1 bilhões) em reforços. E o West Ham, time pequeno sem pretensão nenhuma de conquistar títulos, 122,2 milhões de libras (R$ 675,7 milhões).

Mesmo com o investimento modesto e sem grandes estrelas internacionais, o Leicester virou a sensação do futebol europeu e ocupa a liderança do Campeonato Inglês. A conquista da taça, antes tratada como um sonho impossível, já virou meta para o time dirigido pelo técnico italiano Claudio Ranieri.

Quem sabe agora o futebol não vira o esporte número um de Srivaddhanaprabha? Pior para os seus cavalos.