Cristiano Ronaldo não gostou nada do pênalti em dois toques batido pelo Barcelona no fim de semana passado.

Questionado sobre o lance contra o Celta, disse saber por que Messi deu o passe para Suárez marcar, insinuando um desejo pelos holofotes do astro argentino e um complô liderado pelo camisa 10 não deixar o português ser o artilheiro do Espanhol.

Dias depois, na véspera da vitória por 2 a 0 sobre a Roma, pela Liga dos Campeões, CR7 irritou-se novamente. O motivo foi a pergunta de um jornalista sobre qual o fato de ele marcar menos gols fora de casa do que no Santiago Bernabéu.

O camisa 7 do Real Madrid respondeu que não havia ninguém na Espanha que balançava tanto as redes como visitante quanto ele, levantou-se e abandonou a entrevista coletiva.

Mas qual o motivo de tanta irritação? Porque Cristiano Ronaldo, de repente, ficou todo cheio de mimimi?

Competitivo e egocêntrico como poucos no mundo, o português parece não suportar a ideia de o Barcelona estar em uma fase melhor que o Real e nem toda a celebração midiática em torno do trio de ataque do rival.

Enquanto o Barça lidera o Espanhol, quebra recorde de invencibilidade e praticamente só vê manchetes favoráveis exaltando o desempenho de Messi, Suárez e Neymar, o Real já precisou trocar de técnico nesta temporada e está atrás até do Atlético de Madri no Nacional –é o terceiro colocado.

Para piorar, perdeu depois de dois anos consecutivos de vitórias, perdeu para Messi o posto de melhor jogador do mundo do qual tanto se orgulhava.

E, devido aos resultados e à badalação em torno do Barcelona, sabe que até mesmo o segundo lugar na eleição da Fifa pode ser ameaçado no próximo ano.

Há ainda a crise dos 30 anos. Caminhando para a reta final da carreira, Cristiano Ronaldo, 31, sabe que seu auge já passou. E, para alguém movido a desafios e com uma necessidade constante de sempre vencer e melhorar, como é seu caso, isso é dolorido demais.

Não que ele tenha deixado de ser uma máquina. Os 33 gols marcados em 31 partidas desde agosto mostram isso.

Mas ele sabe que dificilmente terá pernas para um dia voltar a alcançar os 60 gols que fez na temporada 2011/12. Ou até para se aproximar dessa marca.

Cristiano Ronaldo é um ser essencialmente competitivo. Alguém que não aceita perder. Não importa se o adversário é o Barcelona ou o tempo. E um cara desses, quando derrotado, fica insuportável.