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City será o maior desafio da carreira de Guardiola; entenda por quê

Rafael Reis

01/02/2016 14h17

Competitividade da Premier League, elenco menos adequado a suas ideias e uma pressão enorme pelo inédito título europeu. O Manchester City será o maior desafio da carreira de Pep Guardiola.

Depois de quatro temporadas memoráveis no Barcelona e três anos de hegemonia local temperada com problemas de relacionamento no Bayern de Munique, o catalão colocará à prova na Inglaterra o seu título de melhor treinador do mundo a partir do segundo semestre.

E nada indica que terá tarefa fácil, mesmo que o City seja o atual vice-líder do Inglês e tenha um orçamento enorme para contratações.

Para começar, Guardiola não terá na Premier League tantas partidas fáceis para experimentar sem muitos riscos suas tão frequentes e festejadas inovações táticas.

No Espanha e na Alemanha, o catalão tinha pelo menos uma dezena de adversários contra os quais poderia fazer o que quisesse (time com apenas um zagueiro ou com cinco atacantes) que ainda sairia com a vitória.

Mas as equipes pequenas da Inglaterra são bem mais fortes do que os times menores das outras ligas onde Guardiola trabalhou.

Um teste tático mal sucedido na Premier League possivelmente significará derrota do City e uma pressão enorme nas costas do treinador.

A forma de diminuir a necessidade de experiências seria ter um elenco já adequado às ideias básicas de Guardiola: domínio territorial da partida e qualidade técnica para controlar a posse de bola.

Só que aí entra o segundo problema que o treinador terá de ligar na Inglaterra.

Apesar de ser o terceiro time que mais fica com a bola na Inglaterra, o City não tem grandes passadores no setor que o técnico espanhol julga mais essencial: a faixa central do meio-campo.

O marfinense Yaya Touré, o melhor passador do time e o nono da Premier League, é brigado com Guardiola desde os tempos do Barcelona e deve ir embora.

Restariam assim Fernando, Fernandinho e Delph para a função. Nenhum deles é grosso, mas todos estão longe do rótulo de jogador mais técnico do elenco que o catalão tanto gosta para o seu volante.

Uma possível solução seria recuar David Silva para a saída de bola. No Bayern, Guardiola transformou Lahm em meio-campista para executar essa função.

Outra, talvez mais provável para um clube tão rico quanto o City, seria ir ao mercado para buscar novos volantes. E também opções mais técnicas para completar a linha de defesa e fazer o time sair com a bola no chão.

Mas reformulações de elenco demandam tempo. E tempo é tudo que os Citizens não parecem ter.

Se Barcelona e Bayern já estão segmentados como grandes clubes do mundo e precisam apenas manter esse status, a equipe inglesa sofre com a obsessão de conquistar o quanto antes a primeira Liga dos Campeões de sua história para ingressar nesse grupo.

Só que os resultados mais recentes mostram que ainda há um bom caminho a ser cumprido.

Há cinco anos consecutivos disputando a maior competição mundial interclubes do planeta, o City ainda não conseguiu ir além das oitavas de final –tem sua melhor chance nesta temporada, quando enfrenta o Dínamo de Kiev por vaga nas quartas.

Conquistar a Champions e transformar o City em um time realmente global. Essas são as missões que Guardiola terá no trabalho mais difícil de sua carreira.

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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.


Rafael Reis