tite – Blog do Rafael Reis http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br Esse espaço conta as história dos jogadores fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público. Thu, 12 Mar 2020 12:29:00 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Sucesso de Jorge Jesus prepara terreno para técnico estrangeiro na seleção http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2019/10/18/sucesso-de-jorge-jesus-prepara-terreno-para-tecnico-estrangeiro-na-selecao/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2019/10/18/sucesso-de-jorge-jesus-prepara-terreno-para-tecnico-estrangeiro-na-selecao/#respond Fri, 18 Oct 2019 07:20:38 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=14719 Dezesseis vitórias, seis empates e duas derrotas. Quarenta e oito gols marcados e 19 sofridos. Liderança folgada do Campeonato Brasileiro e vaga nas semifinais da Copa Libertadores da América.

Os resultados de Jorge Jesus em seus primeiros três meses no comando do Flamengo são inquestionáveis. O futebol praticado dentro de campo também.

Crédito: Gabriel Machado/Agif

Há tempos, o Brasil não via um time jogando de uma forma tão alinhada com o que vem sendo praticado pelos clubes mais poderosos do planeta na atualidade e exercendo completos domínios territorial, técnico e tático sobre a maior parte dos seus adversários.

O torcedor brasileiro, mesmo aquele não nutre de carinho pelo Fla, está apaixonado pelo técnico português… ou melhor, pela ideia de ver treinadores estrangeiros trabalhando por aqui.

Palmeiras, São Paulo, Cruzeiro, Internacional e todos os clubes nacionais importantes que trocaram de comando nos últimos meses viram suas redes sociais ficarem infestadas de pedidos para que eles não contratassem “mais do menos” e arriscassem com gringos.

Não será nenhuma surpresa se, no Brasileirão do próximo ano, 40% ou 50% dos times da primeira divisão estiverem nas mãos de técnicos nascidos em outros países.

Só que essa euforia em torno do trabalho de Jorge Jesus não atinge apenas o cenário do futebol de clubes. Ela vai além e coloca em risco um grande dogma: a ideia de que a seleção brasileira precisa ser necessariamente dirigida por alguém nascido no país.

Qualquer um que tenha acompanhado os recentes amistosos contra Senegal e Nigéria (dois empates por 1 a 1) com um olho nas redes sociais deve ter visto muita gente detonar Tite pelas exibições bem desinteressantes da equipe canarinho e dar como solução para esse problema a contratação de um treinador estrangeiro.

O movimento não é propriamente novo. Há alguns anos, houve um lobby para que a CBF investisse pesado para ter Pep Guardiola no banco de reservas da seleção. Mas naquela época essa ideia era exclusiva de jornalistas e de alguns poucos torcedores mais focados no futebol europeu.

Agora, com um português brilhando à frente do clube de maior torcida do Brasil, a campanha para ver um gringo no comando da seleção ganhou proporção muito maior. Ela deixou de ser algo que apenas alguns abraçavam para virar algo extremamente popular.

E aí, nem vem ao caso se os técnicos estrangeiros realmente são melhores que os brasileiros (pelo menos na média, eles realmente parecem mais bem preparados). Mas os torcedores têm certeza que os gringos estão passos à frente dos nacionais e vão cobrar as diretorias dos seus clubes e da CBF para atenderem esse desejo.

Então, Tite, é bom você tratar de abrir os olhos, atualizar alguns dos seus conceitos e resgatar rapidamente o bom futebol da seleção. Afinal, agora já é possível dizer que o mundo inteiro pode roubar o seu cargo.


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Estatísticas mostram: Brasil é o “melhor em tudo” na Copa América http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2019/07/06/estatisticas-mostram-brasil-e-o-melhor-em-tudo-na-copa-america/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2019/07/06/estatisticas-mostram-brasil-e-o-melhor-em-tudo-na-copa-america/#respond Sat, 06 Jul 2019 07:00:03 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=13334 O Brasil não é favorito para derrotar o Peru, neste domingo, no Maracanã, e conquistar a Copa América-2019 apenas pela histórica diferença técnica entre os dois países ou pela goleada por 5 a 0 aplicada no confronto da primeira fase, há duas semanas.

A seleção comandada por Tite chega à decisão da competição da Conmebol em uma incomum situação de domínio completo.

Crédito: Divulgação

De acordo com o “WhoScored?”, site especializado nas estatística esportivas, o Brasil é a melhor equipe da Copa América em todos os fundamentos normalmente utilizados para avaliar o desempenho de um time de futebol.

Para começar, a seleção pentacampeã mundial ainda está invicta na competição. A campanha que a conduziu até a decisão teve três vitórias (Bolívia, Peru e Argentina) e dois empates (Venezuela, na fase de grupos, e Paraguai, nas quartas, quando obteve a classificação nos pênaltis).

Os comandados de Tite ainda têm o melhor ataque do torneio, com dez gols em cinco partidas, ainda que metade deles tenha sido marcado em apenas uma partida, justamente contra os peruanos, adversários na decisão.

Mas o ponto forte do Brasil tem sido a defesa. Alisson não foi vazado sequer uma vez ao longo da Copa América. E, contando amistosos, a seleção já está há mais de 680 minutos sem sofrer gols.

A seleção da casa também é aquela que mais cria oportunidades durante as partidas. Em média, os jogadores da equipe canarinho finalizam 17,6 vezes por partida –o Uruguai, segundo colocado, ostenta 16,3 chutes a cada 90 minutos.

Na posse de bola, tampouco há oponente para o Brasil na competição. A equipe de Tite controla a bola durante 61,4% dos seus jogos e acertou até o momento 88,8% de todos os passes que tentou.

Quem mais se aproxima do desemprenho brasileiro na posse de bola é o Chile, com 54,3%. Já nos passes certos, a Argentina ocupa a segunda colocação, com precisão de 83,1%.

Até nos dribles, mesmo desfalcado de Neymar, normalmente seu principal jogador nesse fundamento, o Brasil sobra. Gabriel Jesus, Firmino, Everton e cia. têm média de 19,2 vitórias em duelos individuais com seus marcadores por partida. A Colômbia é a segunda seleção nesse ranking, com 15,5 dribles por jogo.

Essa é a 46ª edição da Copa América. O Uruguai é o maior campeão da história do torneio, com 15 títulos, um a mais que a Argentina. O Brasil já levantou o troféu oito vezes (1919, 1922, 1949, 1989, 1997, 1999, 2004 e 2007), enquanto o Peru, seu adversário na final deste domingo, ficou com a taça em duas oportunidades (1939 e 1975).

A competição continental será novamente disputada no próximo ano. Em 2020, o torneio será dividido em duas sedes (Colômbia e Argentina) e contará com a presença de Austrália e Qatar como seleções convidadas.

OS NÚMEROS DO BRASIL NA COPA AMÉRICA

Melhor ataque: 10 gols (média de 2 por jogo)
Melhor defesa: 0 gol
Mais finalizações: 17,6 por jogo
Mais posse de bola: média de 61,4%
Melhor passe: média de 88,8% de acerto
Mais dribles: 19,2 por jogo

Fonte: WhoScored?


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Um ano depois, renovação brasileira é menor que média das seleções da Copa http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2019/06/05/um-ano-depois-renovacao-brasileira-e-menor-que-media-das-selecoes-da-copa/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2019/06/05/um-ano-depois-renovacao-brasileira-e-menor-que-media-das-selecoes-da-copa/#respond Wed, 05 Jun 2019 07:00:01 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=12917 Dos 23 jogadores que participaram da campanha brasileira na Copa do Mundo, 14 estarão novamente vestindo a camisa amarelinha na Copa América, que será disputada a partir da próxima semana.

O número faz da seleção comandada por Tite uma das menos se renovaram desde a disputa da Rússia-2018, há exatamente um ano.

Crédito: Kai Pfaffenbach/Reuters

Apenas dez dos 32 times que participaram da última edição do Mundial têm em suas convocações para os jogos válidos pela Data Fifa de junho um número de remanescentes superior ao brasileiro.

O recordista é Marrocos, que colocou em sua lista provisória para a disputa da Copa Africana de Nações nada menos que 19 jogadores que já estavam no seu elenco no ano passado. Bélgica e Irã, com 18 sobreviventes da Copa, aparecem logo na sequência.

Apesar de ter caído nas quartas de final da Copa, o Brasil possui nível de renovação similar ao França, que se sagrou bicampeã mundial na Rússia, e superior ao da Croácia, que obteve a melhor participação da sua história ao chegar até a decisão.

Assim como os brasileiros, os franceses ainda contam com 14 jogadores do Mundial em sua convocação mais recente. Já os croatas mantiveram 12 atletas do torneio de 2018 na lista atual.

No caso do Brasil, o setor que menos teve mudanças é a defesa. Os três goleiros da Copa América (Alisson, Cássio e Ederson) são os mesmos chamados no ano passado. Cinco dos oito zagueiros e laterais, também (Thiago Silva, Miranda, Marquinhos, Filipe Luís e Fágner).

A renovação brasileira está praticamente toda concentrada do meio para frente. Casemiro, Philippe Coutinho e Fernandinho são os meio-campistas que continuam na equipe. E Gabriel Jesus, Neymar e Roberto Firmino, os homens de frente sobreviventes.

Na média, cada seleção participante da Copa-2018 conta hoje com 11,6 jogadores que estiveram no Mundial. Ou seja, o Brasil tem 2,4 veteranos a mais do que essa marca.

As equipes que promoveram as renovações mais intensas são Austrália e Japão. Os “Socceroos” chamaram para os amistosos deste mês apenas dois jogadores que foram à Rússia-2018. Já os nipônicos vão disputar a Copa América como convidados com quatro atletas convocados em 2018.

O Brasil faz nesta quarta-feira seu penúltimo amistoso antes da Copa América. O adversário é o Qatar, e o jogo acontece em Brasília. No domingo, a equipe encerra a fase de preparação contra Honduras, em Porto Alegre.

REMANESCENTES DA COPA-2018*

Marrocos – 19
Bélgica e Irã – 18
Peru e Uruguai – 17
Nigéria e Suíça – 16
Costa Rica, Inglaterra, Polônia e Suécia – 15
Brasil, França, Islândia e Tunísia – 14
Colômbia e Portugal – 13
Alemanha, Croácia, Dinamarca, Panamá e Egito – 12
Sérvia – 11
Rússia e Tunísia – 10
Espanha e México – 9
Argentina e Correia do Sul – 8
Japão – 4
Austrália – 2

*na convocação para a Data Fifa de junho de 2019; a Arábia Saudita não tem compromissos neste mês


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Banco de reservas vira rotina para homens de Tite em temporada pós-Copa http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2019/02/15/banco-de-reservas-vira-rotina-para-homens-de-tite-em-temporada-pos-copa/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2019/02/15/banco-de-reservas-vira-rotina-para-homens-de-tite-em-temporada-pos-copa/#respond Fri, 15 Feb 2019 06:00:38 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=11492 Oito meses atrás, eles eram aclamados pelos torcedores brasileiros, protagonizavam comerciais na televisão e carregavam a esperança da conquista do hexacampeão mundial. Hoje, sem a taça na mão, acompanham frustrados do banco de reservas às apresentações dos clubes que defendem.

A temporada 2018/19 do futebol europeu tem se mostrado decepcionante para uma parte considerável dos jogadores que Tite escolheu para defender o país na última edição da Copa do Mundo.

Crédito: Albert Gea/Reuters

Dos 23 atletas convocados para a Rússia-2018, pelo menos sete tiveram quedas consideráveis na quantidade de partidas em que foram escalados como titular dos seus times ao longo dos últimos meses.

O caso mais surpreendente é o de Marcelo. Quatro vezes vencedor da Liga dos Campeões da Europa e praticamente uma unanimidade no posto de melhor lateral esquerdo do planeta até pouco tempo atrás, o brasileiro foi parar no banco de reservas do Real Madrid depois da promoção do técnico Santiago Solari.

O treinador argentino tem preferido escalar o jovem Sergio Reguilón, 22, formado no próprio clube, a usar o camisa 12 nas partidas mais importantes. Os motivos vão da falta de capacidade de marcação do brasileiro até o namoro do jogador com a Juventus.

Resultado: Marcelo, que foi titular em 66,1% dos jogos do Real em 2017/18, só foi escalado em 55% das partidas nesta temporada. E esse número tende a cair. Nas últimas cinco rodadas do Campeonato Espanhol, o lateral começou no banco. Na vitória por 2 a 1 sobre o Ajax, na quarta-feira, pela Champions, nem saiu de lá.

Quem sofreu uma queda ainda maior que o lateral no seu nível de presença em campo é o zagueiro Miranda. Na última temporada, ele era titular indiscutível da Inter de Milão (77,5% dos jogos). Agora, só é escalado em pouco mais de um terço das partidas (35,5%).

Aos 34 anos, o ex-jogador do São Paulo perdeu espaço no clube italiano depois da contratação do holandês Stefan de Vrij, que defendia a Lazio.

Outro que se deu mal com as movimentações de mercado feitas por seu clube é Douglas Costa. Mas, no caso do camisa 11 da Juventus, a perda de espaço ante a nova concorrência é bastante compreensível.

Depois da chegada de Cristiano Ronaldo a Turim e da subida de nível do ataque bianconero, o brasileiro só iniciou 28,1% dos jogos do seu clube. Na temporada anterior, ele havia sido titular em mais da metade dos compromissos (55,5%).

Já o caso do meia Fred é diferente. Antes da Copa, ele havia sido escalado para 80% das partidas do Shakhtar Donetsk. Mas, durante o período do Mundial, ele subiu um degrau em sua carreira e assinou com o poderoso Manchester United. O preço a pagar pela mudança de ares foi o banco – foi titular em 30,5% das apresentações da equipe vermelha.

Mesmo aqueles integrantes da seleção que já estavam no banco na temporada passada acabaram perdendo ainda mais espaço depois da Rússia-2018. Esse é o caso de Danilo e Gabriel Jesus, ambos do Manchester City.

O lateral deixou de ser um curinga de Pep Guardiola e agora raramente é escalado mesmo quando o treinador não tem outro jogador da sua posição à disposição (27,5% de titularidade). Já o atacante sofreu com um jejum de gols na primeira metade da temporada e pouco pode fazer ante a boa fase do seu titular, Sergio Agüero. Por isso, só começou jogando em 37,5% das partidas da temporada, a maior parte delas em competições menos relevantes, como as copas nacionais.

JOGOS COMO TITULARES

MARCELO – Real Madrid (ESP)
2017/18 – 66,1%
2018/19 – 55%

FILIPE LUÍS – Atlético de Madri (ESP)
2017/18 – 50,9%
2018/19 – 45,4%

GABRIEL JESUS – Manchester City (ING)
2017/18 – 49,1%
2018/19 – 37,5%

MIRANDA – Inter de Milão (ITA)
2017/18 – 77,5%
2018/19 – 35,5%

FRED – Shakhtar Donetsk (UCR)/Manchester United (ING)
2017/18 – 80%
2018/19 – 30,5%

DOUGLAS COSTA – Juventus (ITA)
2017/18 – 55,5%
2018/19 – 28,1%

DANILO – Manchester City (ING)
2017/18 – 47,4%
2018/19 – 27,5%


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Tite precisa aprender a usar Firmino, o melhor camisa 10 do Brasil http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2019/01/18/tite-precisa-aprender-a-usar-firmino-o-melhor-camisa-10-do-brasil/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2019/01/18/tite-precisa-aprender-a-usar-firmino-o-melhor-camisa-10-do-brasil/#respond Fri, 18 Jan 2019 06:00:08 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=11141 Em 29 jogos pela seleção brasileira, Roberto Firmino marcou oito gols e distribuiu três assistências. Na prática, isso significa que ele participa de 0,38 jogada que termina em bola na rede a cada partida que disputa.

Já no Liverpool, o alagoano de Maceió ostenta 60 tentos e 43 passes para gol ao longo de 174 apresentações oficiais. Ou seja, ele tem atuação direta em quase 0,60 gol a cada 90 minutos de futebol.

Crédito: Divulgação

A discrepância entre esses dois números escancara uma das missões mais urgentes de Tite no comando da seleção: aprender a usar Firmino corretamente.

O objetivo não tem nada de individualista e, muito menos, de banal. Fazer o jogador render tudo que pode na equipe canarinha é essencial. Afinal, apesar de usar o número 9 nos Reds, ele é o melhor camisa 10 do futebol brasileiro na atualidade.

Sim, eu sei que Neymar tem exercido exatamente essa função no Paris Saint-Germain e eventualmente também na seleção. Mas a aptidão de Firmino para trabalhar na criação das jogadas é até maior do que a do craque do PSG.

E a explicação para isso é uma só: cérebro. Sob a orientação do técnico alemão Jürgen Klopp, o brasileiro se transformou em um dos jogadores de maior inteligência tática do futebol mundial.

Se Mohamed Salah virou um dos atacantes mais temidos da atualidade, parte considerável da responsabilidade é de Firmino, que aprendeu a se movimentar em campo de forma que abrisse espaço para as entradas em diagonal do egípcio.

O sucesso do Liverpool finalista da Liga dos Campeões na temporada passada e líder desta edição do Campeonato Inglês também passa pelo brasileiro, que disputou todos os 30 jogos do clube em 2018/19.

Até a temporada passada, Firmino era, pelo menos no papel, o centroavante dos Reds. Na prática, ele se comportava como um falso 9, que recuava ao meio-campo para participar da criação das jogadas ofensivas e abria espaços para Salah e Sadio Mané ocuparem.

Mas, nos últimos meses, o brasileiro mudou de posicionamento e foi recuado para jogar logo atrás do astro egípcio. No esquema 4-2-3-1 implantado por Klopp, o alagoano é o principal armador da equipe, o cara que joga pela faixa central do campo e municia o atacante. Ou seja, o camisa 10.

A adaptação de Firmino à função foi das mais tranquilas. Afinal, era assim que ele jogava lá no início de sua carreira europeia, em 2011, pelo Hoffenheim. Foi também nessa posição que ele teve sua melhor atuação na temporada, o hat-trick (três gols em um jogo) na goleada por 5 a 1 sobre o Arsenal, no fim do mês passado.

A seleção volta a campo em março, contra adversários ainda não definidos. E Tite cometerá um erro danado se colocar Firmino para disputar posição com Gabriel Jesus ou qualquer outro atacante que venha a ser convocado.

O jogador do Liverpool precisa ser escalado na função de camisa 10. É nessa posição que ele conseguirá, enfim, mostrar tudo o que sabe para o torcedor brasileiro.


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Por onde andam os jogadores do último título mundial da América do Sul? http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2018/12/17/por-onde-andam-os-jogadores-do-ultimo-titulo-mundial-da-america-do-sul/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2018/12/17/por-onde-andam-os-jogadores-do-ultimo-titulo-mundial-da-america-do-sul/#respond Mon, 17 Dec 2018 06:00:59 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=10788 Após conquistar o título da Libertadores sobre o Boca Juniors, seu maior rival, o River Plate inicia nesta terça-feira, contra o Al-Ain, dos Emirados Árabes, o caminho para tentar recolocar o futebol sul-americano no topo do Mundial de Clubes.

Afinal, a competição da Fifa se tornou nos últimos anos uma espécie de passeio dos times europeus. A última vitória de um clube filiado à Conmebol no torneio já completou seis anos.

Em 2012, o Corinthians bateu o Chelsea na decisão por 1 a 0 e faturou o Mundial. Depois, só o alemão Bayern de Munique e os espanhóis Barcelona e Real Madrid tiveram a honra de levantar a taça.

Agora, é hora de relembrar os heróis da mais recente conquista sul-americana. Seis anos depois, como estão as vidas dos jogadores que colocaram seu nome na história do Corinthians (e também da Fifa)?

Crédito: Kim Kyung-Hoon/Reuters

POR ONDE ANDA – CORINTHIANS (2012)?

Cássio (31 anos) – Cada vez mais ídolo da torcida corintiana, continua firme à frente da meta alvinegra e foi um dos principais jogadores do clube na última temporada. As boas atuações lhe renderam o posto de terceiro goleiro da seleção brasileira na Copa do Mundo-2018. Cássio é um dos jogadores mais vitoriosos da história do Corinthians e já acumula três títulos do Campeonato Paulista (2013, 2017 e 2018), dois do Brasileiro (2015 e 2017), um da Libertadores (2012) e outro do Mundial (2012).

Alessandro (39 anos) – Um dos símbolos da reconstrução corintiana no fim da década passada, vestiu a camisa alvinegra até 2013, quando pendurou as chuteiras. Desde então, vem trabalhando no clube em cargos administrativos. Alessandro foi coordenador técnico das categorias de base e, em 2017, assumiu a gerência de futebol do clube, em substituição a Edu Gaspar, contratado pelo CBF.

Chicão (37 anos) – Famoso pela precisão nas cobranças de falta, o ex-zagueiro ainda passou por Flamengo, Bahia e teve uma rápida experiência de alguns meses no futebol indiano, onde trabalhou ao lado de Roberto Carlos. Após retornar da Ásia, Chicão anunciou a aposentadoria em 2016.

Paulo André (35 anos) – Famoso pela bagagem cultural e a militância política que exercia, sobretudo no Bom Senso FC, movimento que cobrava melhorias na administração e na relação dos clubes e dirigentes com os atletas no futebol brasileiro, o zagueiro encerrou a carreira com o título da Copa Sul-Americana, conquistado na semana passada, pelo Atlético-PR. Longe dos gramados, Paulo André virou diretor do clube paranaense.

Fábio Santos (33 anos) – Revelado pelo São Paulo, viveu o melhor momento de sua carreira no Corinthians, clube que defendeu entre 2011 e 2015. Após deixar o time pelo qual se sagrou campeão mundial, atuou no México (Cruz Azul) e retornou ao Brasil em 2016 para vestir a camisa do Atlético-MG, clube que continua defendendo até hoje.

Ralf (34 gols) – Uma espécie de cão de guarda da defesa corintiana nas conquistas da Libertadores e do Mundial-2012, o volante retornou ao clube neste ano, após duas temporadas jogando pelo Beijing Guoan, da China. Na segunda passagem pelo time alvinegro, Ralf não tem mostrado o mesmo futebol dos tempos em que foi campeão mundial.

Paulinho (30 anos) – Titular da seleção na última Copa, elevou sua carreira a um outro patamar ao defender o Barcelona na temporada passada. Infelizmente para Paulinho, a passagem pelo gigante espanhol durou pouco. Após o Mundial da Rússia, o meia foi emprestado ao Guangzhou Evergrande e voltou à China. O negócio prevê a opção de compra do meia brasileiro pelos orientais após o período de um ano.

Emerson (40 anos) – Assim como Ralf, voltou ao Corinthians neste ano. E, tal qual Paulo André, decidiu pendurar as chuteiras ao término da temporada. Em seu ano de despedida do torcedor alvinegro (e também do futebol em si), Emerson passou longe ter o mesmo brilho da primeira passagem pelo clube. Mesmo assim, teve várias oportunidades como titular.

Danilo (39 anos) – Contratado em 2010, permaneceu oito anos no Corinthians e só foi embora porque não teve seu contrato renovado para 2019. Meia de qualidade técnica indiscutível e costume de brilhar em momentos decisivos, Danilo sofreu várias contusões ao longo dos últimos anos e chegou a ficar 15 meses sem disputar uma partida oficial. Mas recuperou a forma e agora procura um novo clube para dar sequência à carreira.

Jorge Henrique (36 anos) – Apesar de ser atacante de origem, era peça fundamental no sistema defensivo do Corinthians campeão do mundo de 2012, já que ajudava muito na marcação pela faixa esquerda do campo. Jorge Henrique deixou o clube no ano seguinte ao da vitória sobre o Chelsea e nunca repetiu o sucesso que fez em São Paulo. Após defender Internacional, Vasco e Figueirense, o atacante irá jogar pelo Náutico no próximo ano.

Paolo Guerrero (34 anos) – Autor do gol da histórica vitória sobre o Chelsea, é um dos maiores ídolos da história recente do Corinthians. Em 2015, mudou de ares e se transferiu para o Flamengo, onde teve uma relação de amor e ódio com a torcida. Mesmo cumprindo suspensão por doping devido a um metabólico da cocaína, Guerrero foi contratado pelo Internacional em agosto. O clube gaúcho espera agora o fim da pena do peruano.

Juan Manuel Martínez (33 anos) – Substituto de Guerrero nos minutos finais da decisão do Mundial, o atacante argentino teve vida curta no futebol brasileiro. Martínez chegou ao Corinthians em 2012, não conseguiu se firmar como titular e foi embora no fim da temporada. Sem espaço no Independiente, seu último clube importante, o atacante foi liberado e acabou indo parar no Agropecuario Argentino, da segunda divisão nacional.

Wallace Reis (30 anos) – Lançado por Tite já nos acréscimos da final contra o Chelsea para ajudar o Corinthians a segurar o resultado, trocou o clube pelo Flamengo no ano seguinte e fez um relativo sucesso com a camisa rubro-negra –chegou a ser capitão da equipe. Atualmente, disputa o Campeonato Turco pelo Göztepe.

Tite (57 anos) – As conquistas da Libertadores e do Mundial de 2012 foram um divisor de águas na carreira do treinador e começaram a credenciá-lo para o cargo que ocupa desde 2016: o de treinador da seleção brasileira. Apesar de ter caído nas quartas de final da Copa-2018, o ex-comandante do Corinthians teve seu contrato renovado para o ciclo do Qatar-2022.


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Falta de chances a Allan já é um dos maiores erros de Tite na seleção http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2018/10/10/falta-de-chances-a-allan-ja-e-um-dos-maiores-erros-de-tite-na-selecao/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2018/10/10/falta-de-chances-a-allan-ja-e-um-dos-maiores-erros-de-tite-na-selecao/#respond Wed, 10 Oct 2018 07:20:29 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=10004 Jorginho hoje defende a Itália. Thiago Alcântara e Diego Costa vestem a camisa da Espanha. Se não houvessem optado por jogar por seleções estrangeiras, os três certamente seriam titulares (ou pelo menos teriam chances de sê-lo) do Brasil.

Evitar que o mesmo aconteça com Allan é apenas um dos motivos que fazem das seguidas ausências do meio-campista do Napoli nas convocações de Tite um dos maiores erros da gestão do treinador à frente do time pentacampeão mundial.

Aos 27 anos, o jogador revelado pelo Vasco e que passou três temporadas maturando na Udinese antes de desembarcar no Sul da Itália, em 2015. Hoje, vive o melhor momento de sua carreira.

Titular absoluto do Napoli, Allan é uma espécie de dono do meio-campo do atual vice-líder do Campeonato Italiano.

Polivalente, o brasileiro pode atuar em praticamente todas as posições do setor. Originalmente marcador, está apto a fazer tranquilamente a função de primeiro volante. E, com o passe cada dia melhor, é capaz também de jogar um pouco mais avançado.

No 4-3-3 montado por Tite, Allan tem condições de ser reserva imediato dos três vértices do triângulo formado por Casemiro, Arthur e Philippe Coutinho. Ou até de brigar por posição com alguns deles.

Na atual temporada, segundo o “WhoScored?”, site especializado nas estatísticas do futebol, Allan supera Casemiro na média de desarmes (5,3 por partida, contra 3,8), tem números similares aos de Arthur na quantidade de passes (58,9 por jogo, contra 59,3) e dá mais passes decisivos que Coutinho (1,6 toque que resulta em finalização a cada 90 minutos, contra 1,5).

Números à parte, Allan também precisa urgentemente ser convocado para a seleção por causa do risco de, em breve, aparecer na lista de um outro país e não poder mais vestir a camisa amarelinha.

O jogador detém passaporte português, mas, de acordo com o regulamento da Fifa, não pode defender a equipe de Cristiano Ronaldo porque já possuía dupla cidadania quando participou do Mundial sub-20 pelo Brasil, em 2011.

Só que não há nenhum impedimento legal contra uma possível convocação do meio-campista pela Itália. Allan já completou o período de cinco anos de residência no país exigido para obter a naturalização e poder defender a Azzurra.

No último sábado, o canal de TV italiano “Sky Sports” afirmou que o jogador está na mira do time tetracampeão mundial e que a federação até já entrou em contato com o Napoli para discutir essa possibilidade.

O técnico Roberto Mancini tratou de rapidamente negar essa informação e disse que a convocação de Allan nunca foi discutida. Pelo menos, por enquanto… Mas será que por mais quanto tempo?


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No banco: 30% da seleção brasileira é reserva no futebol de clubes http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2018/10/10/no-banco-30-da-selecao-brasileira-e-reserva-no-futebol-de-clubes/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2018/10/10/no-banco-30-da-selecao-brasileira-e-reserva-no-futebol-de-clubes/#respond Wed, 10 Oct 2018 07:00:41 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=10008 Contratado pelo Barcelona na última janela de transferências, Malcom só participou de duas partidas e ficou em campo durante 25 minutos nesta temporada. Mesmo assim, faz parte do elenco da seleção brasileira para os amistosos contra Arábia Saudita, nesta sexta-feira, e Argentina, na próxima terça.

O atacante revelado pelo Corinthians e que atuava na França até junho passado é o exemplo mais evidente de uma característica preocupante da mais recente convocação elaborada por Tite.

Nada menos do que 30% dos jogadores chamados pelo treinador para a Data Fifa de outubro passam mais tempo sentados no banco de reservas assistindo às partidas dos seus times do que correndo pelo gramado.

Além de Malcom, outros seis atletas da seleção ficaram mais jogos dos seus respectivos clubes na atual temporada como opções de banco – ou até mesmo fora dos relacionados por decisão da comissão técnica – do que foram escalados como titulares.

A lista dos reservas selecionáveis conta ainda com o goleiro Phelipe (Grêmio), com o lateral direito Danilo (Manchester City), com os meias Fabinho (Liverpool), Fred (Manchester United) e Arthur (Barcelona) e com o atacante Gabriel Jesus (também do City).

O zagueiro Miranda, titular absoluto de Tite na última Copa do Mundo e capitão da equipe nas partidas contra Sérvia e Bélgica, por pouco não engrossa o grupo.

O veterano defensor começou jogando em apenas cinco das dez partidas oficiais disputadas pela Inter de Milão em 2018/19. Dos outros cinco compromissos, em quatro ficou no banco e em um estava em recuperação de um problema físico.

O número excessivo de reservas no elenco da seleção está ligado à decisão de Tite de rejuvenescer a equipe para o ciclo da Copa do Qatar-2022 e encher o grupo de jogadores mais jovens, que acabaram de desembarcar no primeiro escalão do futebol europeu.

Arthur, Malcom, Fabinho e Fred estão em sua primeira temporada por um clube de ponta do Velho Continente. Já o goleiro Phelipe ainda nem estreou como profissional. Aos 19 anos, foi convocado para atender uma espécie de “cota” criada pelo treinador para dar experiência a apostas da base.

Dos reservas com maior rodagem na elite europeia, Danilo praticamente não tem tido chances no City e só participou de um jogo da Copa da Liga Inglesa. Já Gabriel Jesus é suplente de um ídolo do clube, o argentino Sergio Agüero, mas entra em quase todas as partidas (só ficou realmente de fora em duas das 12 apresentações da temporada).

Após as partidas contra Argentina e Arábia Saudita, a seleção ainda terá mais uma rodada dupla antes do encerramento do ano. Em novembro, enfrenta Uruguai e um rival ainda indefinido. Resta saber se a equipe estará mais uma vez cheia de reservas.


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PSG transforma Marquinhos em volante e dá dor de cabeça para Tite http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2018/10/07/psg-transforma-marquinhos-em-volante-e-da-dor-de-cabeca-para-tite/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2018/10/07/psg-transforma-marquinhos-em-volante-e-da-dor-de-cabeca-para-tite/#respond Sun, 07 Oct 2018 07:00:21 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=9977 Se Tite tem alguma certeza para o miolo de zaga da seleção para o ciclo de quatro anos até a Copa do Mundo do Qatar-2022, ela atende pelo nome de Marquinhos. O zagueiro já tem experiência de um Mundial, está há seis anos no primeiro escalão do futebol europeu, é titular de um dos times mais poderosos do mundo e tudo isso com apenas 24 anos.

Só que o entrave para o planejamento do treinador brasileiro tem um nome: Thomas Tuchel.

Desde que assumiu o comando do Paris Saint-Germain, no começo da temporada, o alemão tem insistido em experimentar Marquinhos fora de sua posição original e o escalado no meio de campo.

Em apenas quatro dos nove partidas disputadas em 2018/19, o camisa 5 do PSG jogou de zagueiro. Nos outros cinco jogos, atuou à frente da linha dos defensores, como uma espécie de primeiro volante.

O uso de Marquinhos como meio-campista tem pelo menos duas explicações principais.

A primeira é a aposentadoria de Thiago Motta. A saída do brasileiro naturalizado italiano não foi reposta pelo clube francês durante a última janela de transferências e deixou o elenco com um vácuo na posição de volante.

O único jogador do grupo de Tuchel que realmente é primeiro volante é o francês Lassana Diarra. No entanto, o veterano de 33 anos é visto dentro do PSG muito mais como alguém para compor elenco do que como um possível titular.

Sendo assim, resta ao treinador alemão improvisar no setor. Além de Marquinhos, o italiano Marco Verratti e o francês Adrien Rabiot também podem atuar no setor. Mas, escalá-los tão atrás significa perder as movimentações ofensivas que eles criam quando atuam mais adiantados.

Outro brasileiro que empurra o brasileiro para o meio-campo é a existência de três zagueiros “titulares” no PSG, apesar da preferência de Tuchel por uma linha com quatro homens na defesa (dois laterais e dois beques).

Assim como Marquinhos, o brasileiro Thiago Silva e o francês Presnel Kimpembe também são tratados como jogadores que merecem estar no 11 ideal do time mais poderoso na França. Mas, como há apenas duas vagas em disputa no miolo de zaga, um deles vai sempre acabar sobrando.

Na temporada passada, o que ficava de fora ganhava um descanso e ia para o banco de reservas. Agora, com um buraco a ser preenchido no meio-campo, é mais fácil deslocar o camisa 5 para outra função.

E é por isso que Marquinhos tem sido cada vez menos zagueiro e cada vez mais volante, para o desespero de Tite e da seleção brasileira.

Líder e com 100% de aproveitamento no Campeonato Francês até o momento, o PSG volta a campo pela Ligue 1 neste domingo. O adversário da nona rodada é o Lyon, que tenta entrar na zona de classificação para a Liga dos Campeões.


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Como nova geração pode ajudar Tite a acabar com dependência de Neymar http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2018/09/07/como-nova-geracao-pode-ajudar-tite-a-acabar-com-dependencia-de-neymar/ http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/2018/09/07/como-nova-geracao-pode-ajudar-tite-a-acabar-com-dependencia-de-neymar/#respond Fri, 07 Sep 2018 07:00:12 +0000 http://blogdorafaelreis.blogosfera.uol.com.br/?p=9644 “A seleção brasileira é Neymar e mais dez jogadores”. Ao longo dos últimos anos, ouvir um torcedor (ou mesmo jornalista) soltando uma frase como essa foi algo relativamente corriqueiro.

Mas, pela primeira vez desde que estreou com a camisa amarela, logo após a Copa do Mundo-2010, o atacante pode mudar de status.

Neymar abre nesta sexta-feira, no amistoso contra o Estados Unidos, o ciclo de preparação para o Mundial do Qatar-2022 ainda como principal protagonista da seleção. Mas, ao longo dos próximos quatro anos, tudo indica que ganhará valiosa companhia.

É que uma nova safra de jovens brasileiros talentosos tem feito sucesso nos clubes que defendem. E eles prometem a, médio prazo, diminuir a “Neymardependência” da seleção comandada por Tite.

Richarlison, 21 anos, marcou três vezes nas quatro primeiras rodadas da Premier League inglesa pelo Everton e ocupa a vice-artilharia do campeonato nacional mais badalado do planeta.

O meia Arthur, 22, campeão da Libertadores do ano passado pelo Grêmio, ainda é reserva do Barcelona, mas vem ganhando elogios frequentes de Xavi, uma das maiores lendas da história do clube catalão.

Já Lucas Paquetá, 21, também meio-campista, é possivelmente o melhor jogador do Flamengo na temporada, apesar de não viver, propriamente, em lua de mel com o torcedor rubro-negro.

O trio foi convocado por Tite para a primeira data Fifa depois da Copa-2018 e deve estrear pela seleção principal contra os EUA ou ante El Salvador, na terça.

Dos 23 jogadores chamados para os dois amistosos, 12 não participam do Mundial da Rússia e nove jamais disputaram uma partida com a camisa brasileira.

E, mesmo fora dessa primeira lista de convocados para o novo ciclo, há um número expressivo de jovens que podem ganhar espaço na seleção nos próximos meses/anos e fazer com que a seleção chegue no Qatar-2022 não dependendo tanto de Neymar.

Vinícius Júnior e Rodrygo são os jogadores sub-18 mais caros da história do futebol. Cada um deles custou 45 milhões de euros (R$ 215 milhões).

O primeiro, que chegou à maioridade em julho, desembarcou no Real Madrid nesta temporada e, por enquanto, tem defendido o Castilla, a equipe B do atual tricampeão da Champions. Já o segundo tem 17 anos e ficará no Santos até a concretização da sua ida para o mesmo Real, provavelmente em julho de 2019.

Além disso, o Brasil tem ainda com David Neres, 21, destaque do último Campeonato Holandês pelo Ajax, e Malcom, 21, que chegou ao Barcelona depois de brilhar no Francês pelo Bordeaux.

E, claro, há ainda os “sobreviventes” da Copa-2014, os contemporâneos de Neymar que têm idade suficiente para disputar o próximo Mundial ainda em boas condições físicas, como Philippe Coutinho (Barcelona), 26, Douglas Costa (Juventus), 27, e Casemiro (Real Madrid), 26.

Ou seja, o astro do Paris Saint-Germain pode ficar tranquilo. Tudo indica que, nos próximos anos, a seleção brasileira não será “Neymar e mais dez”.


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