Técnico no PSG, Thiago Motta usa esquema 2-7-2 e sonha com time principal
Enquanto Neymar, Daniel Alves, Thiago Silva e Marquinhos tentam fazer o Paris Saint-Germain se transformar o quanto antes em uma potência do primeiro escalão do futebol europeu, outro brasileiro pensa no futuro a longo prazo do clube francês.
Aposentado dos gramados há pouco menos de um ano, o ex-volante Thiago Motta, que se naturalizou italiano e disputou a Copa do Mundo-2014 pela Azzurra, tem o tempo em seu favor no PSG.
O ítalo-brasileiro é um dos integrantes da dupla de treinadores que comanda a equipe sub-19 do clube. Ao lado do Regis Beunardeu, sua missão não é conquistar títulos, mas sim formar garotos que façam com que a equipe mais poderosa da França consiga no futuro deixar de ser tão dependente de contratações milionárias, como Neymar e Kylian Mbappé.
Para alcançar esse objetivo, apoia-se em um revolucionário esquema em que os jogadores deixam de ser divididos entre zagueiros, meio-campistas e atacantes e passam a ser considerados como atletas da faixa direita, da esquerda e do centro do campo.
"Para mim, contando da direita para a esquerda, poderia ser um 2-7-2. Conto o goleiro nos sete do meio-campo. Para mim o atacante é o primeiro defensor e o goleiro é o primeiro atacante. O goleiro é quem começa a jogada, com o pé, e os primeiros atacantes que têm de fazer a pressão para recuperar a bola", explicou o ex-volante, ao jornal italiano "Gazzetta dello Sport", em novembro do ano passado.
O ítalo-brasileiro tem planos ousados, que vão muito além de fazer um trabalho bom na base do PSG. Thiago Motta já admitiu que um dos seus sonhos é ser promovido para o time adulto quando o alemão Thomas Tuchel deixar o cargo.
"É claro que estarei entre os treinadores que se candidatarão ao posto quando Tuchel for embora. Eu trabalho para isso. Joguei no PSG, sei como o clube funciona e conheço o vestiário. Estou por dentro de suas ambições internas e externas. Então, isso seria muito positivo para mim e para o clube", afirmou, à rádio RMC, em março.
Thiago Motta nunca jogou profissionalmente no Brasil. Revelado pelo Juventus (SP), foi contratado pelo Barcelona quando tinha 17 anos. Além do clube catalão, ele também defendeu a Inter de Milão e o PSG, onde passou as últimas seis temporadas da sua carreira.
Volante reconhecido pelo bom toque de bola, ele faturou oito títulos nacionais e duas edições da Liga dos Campeões: 2006, pelo Barça, e 2010, pela Inter.
Dirigida por Thiago Motta, a equipe sub-19 do PSG é vice-líder de um dos quatro grupos do Campeonato Francês da categoria, com 51 pontos, sete a menos que o Caen. Na Uefa Youth League, foi eliminado na primeira rodada dos playoffs pós-fase de grupos.
Já o time principal tem sofrido para assegurar mais um título da Ligue 1. Apesar de ainda ter 17 pontos de vantagem para o Lille, segundo colocado, vem de três tropeços consecutivos em jogos que poderiam lhe dar a taça antecipadamente. Neste domingo, tem mais uma chance, no clássico contra o Monaco.
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