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Rafael Reis

Final da Libertadores na Espanha custa R$ 7 mil para torcedores argentinos

Rafael Reis

30/11/2018 04h00

A decisão da Conmebol de realizar o segundo jogo da decisão da Copa Libertadores da América-2018 fora do território argentino vai custar caro aos torcedores de River Plate e Boca Juniors.

Com a confirmação de Madri como sede da partida que será realizada no dia 9 de dezembro, os torcedores argentinos gastarão cerca de R$ 7 mil para conseguirem acompanhar de perto a final.

A capital da Espanha venceu a disputa com Doha, no Qatar, para receber o jogo. Outras cidades, como Miami (EUA), Assunção (Paraguai), Gênova (Itália), Belo Horizonte (MG) e Chapecó (SC), também se ofereceram para abrigar o clássico.

Uma pesquisa feita em sites argentinos de passagens aéreas mostra que o valor médio do voo (de ida e volta) entre o país de River e Boca e a Espanha no fim de semana da final custa em torno de 65 mil pesos (cerca de R$ 6.500).

Até opções voos mais baratos, na casa dos 40 mil pesos (R$ 4.000), mas essas linhas têm pelo menos duas escalas e duram mais de 24 horas.

Além do valor da passagem, o torcedor que decidir ver in loco a final da Libertadores também terá de gastar pelo menos R$ 60 em uma hospedagem. Esse valor corresponde a uma diária do leito mais barato encontrado no Airbnb (uma beliche em quarto compartilhado).

Há ainda os custos com alimentação e transporte em Madri, além do preço do ingresso da decisão. E pronto: a viagem não deve sair por menos de R$ 7 mil (quase 70 mil pesos argentinos, equivalente a sete salários mínimos no país).

O segundo jogo da decisão da Libertadores não será realizado no Monumental de Núñez, casa do River, devido aos incidentes de segurança que fizeram com que a partida fosse adiada duas vezes no último fim de semana.

Inicialmente marcado para sábado (24), o jogo não aconteceu porque torcedores da equipe mandante apedrejaram e lançaram garrafas de cerveja contra o ônibus do Boca na chegada à arena e deixaram alguns jogadores do time visitante feridos.

A partida foi adiada para o dia seguinte, mas foi novamente adiada porque o Boca pressionou para não ir a campo –o meia Pablo Pérez, seu capitão, estava com um ferimento no olho devido a estilhaços do vidro do ônibus.

Alegando ter sido prejudicado pelo ataque, o Boca não deseja a realização da segunda partida (a primeira terminou empatada por 2 a 2) e quer ser declarado campeão. Segundo seu presidente, Daniel Angelici, a equipe não jogará "nenhuma partida", esgotará todas as vias dentro da Conmebol e, caso necessário, irá recorrer à Corte de Arbitragem Esportiva (CAS).

O Boca já conquistou seis vezes o título da Libertadores (1977, 1978, 2000, 2001, 2003 e 2007) e busca se igualar ao Independiente como maior campeão da história do torneio sul-americano. Já o River, que faturou a taça em 1986, 1996 e 2015, quer ser tetra.

O vencedor deve ir direto ao Oriente Médio para a disputa do Mundial de Clubes da Fifa, que será realizado entre os dias 12 e 22 de dezembro, nos Emirados Árabes Unidos.

Além do campeão da Libertadores-2018, a competição contará também com as participações de Real Madrid (ESP), Kashima Antlers (JAP), Espérance (TUN), Chivas Guadalajara (MEX), Team Wellington (NZL) e Al Ain (EAU).


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.