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Rafael Reis

Cinco craques que não defenderam o Brasil na Copa por atuarem no exterior

Rafael Reis

13/05/2018 04h00

Nesta segunda-feira, quando Tite anunciar os 23 nomes da seleção brasileira que vão disputar a Copa do Mundo-2018, a lista será composta na maioria por jogadores que atuam no exterior, principalmente na Europa.

Essa é a rotina desde 1990, quando 12 dos 22 atletas chamados por Sebastião Lazaroni para viajar ao Mundial da Itália já não defendiam clubes brasileiros.

Mas, nem sempre foi assim. A primeira vez que o Brasil levou para a Copa um jogador que jogava no exterior foi há menos de 40 anos, em 1982, quando Dirceu (Atlético de Madri) e Paulo Roberto Falcão (Roma) foram convocados.

Antes, vários jogadores importantes e de qualidade técnica suficiente para disputar um Mundial foram escanteados da seleção brasileira simplesmente porque não jogavam por aqui.

Apresentamos abaixo 5 nomes que viveram essa situação e desfalcaram o Brasil em alguma Copa porque atuavam no exterior:

EVARISTO DE MACEDO
Atacante
84 anos

Foi ídolo do Barcelona e do Real Madrid, mas nunca conseguiu disputar uma Copa. Evaristo fez parte da preparação da seleção brasileira para o Mundial-1958, mas acabou não sendo convocado devido à sua transferência do Flamengo para o Barça, um ano antes da competição. O técnico Vicente Feola queria levá-lo para a Suécia, mas insistia que ele precisava participar dos treinamentos pré-Copa, algo com que o clube catalão não concordou.

JULINHO BOTELHO
Ponta direita
Morreu aos 73 anos, em 2003

Participou da Copa de 1954 e só não foi para o Mundial de 1958 porque recusou a convocação. Sua alegação foi que não achava justo que um jogador que atuava no futebol brasileiro cedesse seu lugar na seleção para ele. Na época do primeiro título mundial do Brasil, Julinho Botelho era o grande nome da Fiorentina e havia se consagrado ao levar o clube a seu primeiro título italiano. Ainda em 1958, ele retornou ao Brasil para marcar época no Palmeiras.

CANÁRIO
Ponta direita
83 anos

Pouco lembrado no Brasil, fez muito sucesso atuando no futebol espanhol durante a década de 1960. Titular do Real Madrid na campanha do título europeu de 1959/60, também brilhou no Sevilla, no Zaragoza e no Mallorca. Canário poderia ter disputado as Copas do Mundo de 1962 e 1966, mas estava muito longe para ser observado pela comissão técnica da antiga CBD (Confederação Brasileira de Desportos).

DINO SANI
Volante
85 anos

Fez parte do elenco da seleção brasileira que conquistou o primeiro título mundial de sua história, em 1958, e só ficou de fora da campanha do bi porque jogava na Europa em 1962. Esse ano, aliás, foi um dos melhores da carreira de Dino Sani, que se sagrou campeão italiano pelo Milan. Na temporada seguinte, viria sua maior conquista por um clube, o título europeu, vestindo rossonero.

MAZZOLA
Atacante
79 anos

Assim como Dino Sani, esteve na Suécia-1958 e tinha tudo para participar da Copa-1962 com a camisa canarinho, se não fosse o fato de atuar no exterior. Ciente de que não seria mais chamado pela seleção brasileira porque jogava no Milan, aceitou convite para jogar pela Itália. Mazzola passou a ser conhecido como Altafini, foi ao Mundial do Chile pela Azzurra e fixou residência na Europa, onde vive até hoje.


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Sobre o Autor

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

Sobre o Blog

Este espaço conta as histórias dos jogadores que fazem do futebol uma paixão mundial. Não só dos grandes astros, mas também dos operários normalmente desconhecidos pelo público.